Por: Caroline | 08 Setembro 2014
“A mudança climática é, sem dúvida, o problema ambiental mais devastador do Século XX e XXI, gerando inundações, secas, tormentas severas, furacões... A destruição de ecossistemas coloca em perigo não apenas as comunidades que dependem diretamente deles, mas também ao planeta inteiro” é o que destaca a analista venezuelana Sylvia Ubal, em artigo publicado por Barómetro Internacional, 05-09-2014. A tradução é do Cepat.
Eis o artigo.
O dia 21 de setembro é marcado pela defesa de nosso ecossistema. Este mês possui um especial significado nas datas históricas, positivas e negativas, a nível mundial. Para o Uruguai, Argentina e Brasil o dia 21 de setembro é o dia da primavera, mas esta data é também o Dia Internacional de Luta contra as Monoculturas de Árvores. Na Venezuela e em vários outros países latino-americanos é celebrado o dia mundial “Contra a mudança climática”. Esta data tem sido assumida por ecologistas da Avaaz.org e, devemos assinalar, que a Organização das Nações Unidas (ONU) em 1981 em sua Assembleia Geral estabeleceu o dia 21 de setembro como o “Dia Internacional da Paz” e “estaria dedicado a comemorar e fortalecer os ideais de paz, em cada nação, em cada povo e entre eles”.
Dia Internacional da Luta contra as Monoculturas de Árvores
Esta data que foi lançada no ano de 2004 no Brasil por parte da Rede Alerta contra o Deserto Verde, e serve para dar um dia especial no ano para denunciar os graves impactos do modelo de produção industrial de árvores em grande escala sobre as comunidades e os ecossistemas. Ano após ano, organizações e movimentos sociais lançam sua voz durante esse dia, em várias partes do mundo, para manifestar sua rejeição ao avanço de plantações florestais para exigir que se detenha a expansão das plantações industriais de árvores, para dar visibilidade a suas lutas e denunciar os impactos negativos gerados pelas plantações de árvores sobre seus meios de vida e seus territórios. É uma data para celebrar a resistência e a solidariedade, para levantar suas vozes para dizer “Já basta de monocultura de árvores que atentam contra a soberania de nossos povos!”.
A Organização Amigos da Terra vem alertando desde há muitos anos para a crescente financeirização da natureza promovida pelos agentes financeiros, os bancos internacionais e as corporações transnacionais, que também contam com o aval de nossos governos.
Enquanto o capital financeiro ganha mais dinheiro explorando serviços ambientais, também incentiva, através de fundos especulativos, a expansão das monoculturas de árvores, seja para celulose, óleo ou borracha, ou para carbono de Reduções de Emissões por Desflorestamento e Degradação de bosques (conhecido pela sigla REDD+) e aponta a energia como parte das falsas soluções para a crise climática, gerando uma maior expropriação de terras e cada vez mais impactos sobre as comunidades locais.
A nível global estima-se que as plantações industriais de árvores tenham tido sua superfície quintuplicada, principalmente nos países do Sul, onde os atores envolvidos no negócio encontram condições mais favoráveis.
O Uruguai não está alheio a esse processo, ele está na lista daqueles que tiveram níveis de expansão muito altos; hoje tem mais de 2 milhões de hectares florestais com espécies “exóticas” (pinus e eucaliptos). O país perdeu centena de milhares de hectares. E dizemos que os perdeu porque estão de mãos dados com uma série de transnacionais do setor florestal. E sabemos bem que as monoculturas industriais de árvores, quando chegam permanecer por um longo tempo significam a desgraça de quem os rodeia, porque perdem a água, suas produções locais, seus vizinhos, sua paisagem, sua identidade.
Dia Internacional “Contra a mudança climática”
Por iniciativa da Organização de Ecologistas da Avaaz.org foi decidido marcar essa data no dia 21 de setembro de 2014, com o objetivo de mobilizar e sensibilizar milhões de pessoas sobre os efeitos da mudança climática e o grave perigo que envolve o aquecimento global.
É realizado com o objetivo de reforçar a consciência publica em escala mundial sobre os efeitos relacionados à mudança climática, que é um dos maiores desafios ao qual a humanidade deverá responder nos próximos anos. Aumento das temperaturas, derretimento de geleiras, multiplicações das secas e das inundações, tudo aponta que a mudança climática já começou. Os riscos são imensos para o planeta e as gerações futuras - o que nos obriga a atuar de forma urgente.
A mudança climática é, sem dúvida, o problema ambiental mais devastador do Século XX e XXI, gerando inundações, secas, tormentas severas, furacões... A destruição de ecossistemas coloca em perigo não apenas as comunidades que dependem diretamente deles, mas também ao planeta inteiro. O aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera se deve, em grande medida, à queima de combustíveis fósseis como a gasolina, o diesel e o gás, que emitem dióxido de carbono. Da mesma forma, a decomposição do lixo e a criação de animais geram milhões de toneladas de gás metano e o mesmo ocorre com o uso de fertilizantes que geram óxido nítrico. Também há a influência da crescente destruição dos bosques e a mudança no uso do solo. Tudo isso aumenta o impacto das crises globais.
Dia Internacional da Paz
O Dia Internacional da Paz foi estabelecido oficialmente me 1981 na resolução 37/67 da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que declarou que o dia 21 de setembro será uma data orientada para celebrar e observar a paz.
Um dia dedicado para comemorar e fortalecer os ideais de paz em cada povo. A ONU deve velar e trabalhar para os habitantes de todos os países do mundo, assegurar a paz e a segurança, promover a democracia e proteger os diretos e liberdades não apenas para um grupo de parasitas ávidos por acumular riquezas materiais à custa do saque e do sofrimento de povos inteiros.
Em muitos casos, aqueles que especulam com o “negócio da natureza” são os mesmos que se enriquecem a destruindo. Enquanto o capital financeiro explora os “serviços ecossistêmicos”, também continua expandindo seus interesses em atividades destrutivas. Por exemplo, é cada vez mais comum que os fundos de pensões ou de investimento dos países do Norte especulem e invistam em grandes plantações industriais de árvores nos países do Sul. Os impactos negativos que isto acarreta sobre os ecossistemas, a biodiversidade, as fontes de água e os meios de sobrevivência das comunidades locais têm sido amplamente demonstrados.
Caso a ONU possa tomar medidas que façam frente à urgência de frear a mudança climática, deve exigir dos principais responsáveis do aquecimento global políticas urgentes e concretas para frear as emissões de gases de efeito estufa. Estas políticas passam, inevitavelmente, pela redução de consumo de energia.
A ONU afirma que a degradação da terra torna essas áreas lugares absolutamente inseguros e essa insegurança pode desestabilizar nações. A desertificação está plenamente relacionada com as mudanças climáticas, a conservação da biodiversidade e a necessidade do manejo sustentável dos recursos naturais.
Por isso fazemos um chamado para unir nossas lutas para exigir dos governos que parem a expansão de monoculturas de árvores, a destruição implacável do planeta, o ar, a água, o clima e todas as formas de vida que o habitam e que iniciam um processo de desmantelamento da especulação e da mercantilização da vida.
A Mudança Climática clama por uma ação urgente. Por isso estamos todos convidados a marchar no dia 21 de setembro em nossas cidades. Na Venezuela o símbolo é um coração verde que simboliza o amor pelo planeta, o amor pelas energias limpas, por nós como seres que habitamos este planeta.
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21 de setembro: Dia Internacional Contra a Mudança Climática - Instituto Humanitas Unisinos - IHU