Por: André | 25 Agosto 2014
O Papa Francisco volta a fazer um apelo para que se “usem todos os meios para resolver a crise humanitária” no Iraque, em uma carta datada de 08 de agosto e entregue há alguns dias ao presidente do país, Fuad Masum, pelo enviado pessoal de Jorge Mario Bergoglio, o cardeal Fernando Filoni. Na carta, o Pontífice argentino insiste na “dor” pelo “brutal sofrimento dos cristãos e de outras minorias religiosas”. O cardeal Filoni, que voltou na quarta-feira para Roma, foi recebido no dia seguinte em audiência pelo Papa, a quem explicou o desenrolar da missão.
Fonte: http://bit.ly/1qteti5 |
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi e publicada no sítio Vatican Insider, 21-08-2014. A tradução é de André Langer.
“Dirijo-me a você com o coração cheio de dor enquanto acompanho o brutal sofrimento dos cristãos e de outras minorias religiosas obrigadas a abandonarem suas casas, enquanto seus lugares de culto são destruídos”, escreveu o Papa na carta publicada na quinta-feira pela secretaria da presidência de Bagdá. “Neste contexto, pedi ao cardeal Filoni”, que foi núncio apostólico no Iraque com João Paulo II e depois a serviço de Bento XVI, que “fosse ao Iraque para expressar minha preocupação, e a de toda a Igreja católica, pelo sofrimento daqueles cujo único desejo é viver em paz, em harmonia e em liberdade na terra de seus antepassados”.
Após ter recordado os esforços realizados durante os últimos anos para levar o país ao caminho da convivência pacífica na qual os membros das minorias sejam considerados como o resto dos cidadãos, “renovo o meu apelo a todos os homens e mulheres que têm responsabilidades políticas – escreve o Papa – para que usem todos os meios para resolver a crise humanitária. Nestes trágicos momentos – acrescenta Bergoglio –, peço à Sua Excelência para que receba o cardeal Filoni como meu enviado especial, expressando a minha gratidão por tudo o que o povo iraquiano pode fazer para aliviar o sofrimento de seus irmãos e irmãs”.
Foi o próprio prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos (Propaganda Fide) quem indicou há alguns dias que entregou a carta do Papa por ocasião do encontro com o presidente iraquiano: “O encontro – disse em 19 de agosto à Rádio Vaticano – foi muito cordial. Estava acompanhado pelo patriarca caldeu Sako, pelo núncio apostólico e pelo mons. Warduni. Entreguei a carta, à qual o presidente depois responderá. Narrei um pouco a experiência destes dias e destaquei que a minha visita não era política, mas uma visita humanitária por conta do Santo Padre e que por isso me dirigi primeiro a Erbil, onde a situação no Curdistão ainda é muito séria e grave, e depois a Bagdá, onde, justamente, tive este encontro”.
O cardeal italiano explicou que “o Santo Padre, diante de situações de tão grave urgência, não descarta as possibilidades de intervir para destacar quão importante é para ele a situação destes pobres. A questão aqui no Iraque não é uma tragédia apenas para o povo iraquiano, para os nossos cristãos ou para os yazidis, mas que se relaciona com todos os homens que se preocupam com a humanidade”. Filoni partiu no dia 12 de agosto rumo ao Iraque.
A agência de imprensa da própria Propaganda Fide, além disso, indicou que o líder curdo Massoud Barzani, presidente da região do Curdistão iraquiano, anunciou que o governo da região autônoma do norte do Iraque está pronto para abrir as portas a voluntários cristãos entre as forças armadas curdas e para oferecer-lhes os meios para que criem contingentes de autodefesa nas próprias localidades diante das milícias jihadistas do Estado Islâmico. Barzani recebeu o cardeal Filoni no dia 14 de agosto passado.
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O Papa pede para usar todos os meios para resolver a crise humanitária no Iraque - Instituto Humanitas Unisinos - IHU