Por: Caroline | 20 Agosto 2014
Em declarações a Efe, o ativista Martín Almada (foto), que em 1992 descobriu os chamados “Arquivos do Terror”, documentos oficiais que revelam os abusos do regime militar de Stroessner, disse que a abertura dos arquivos vaticanos estaria em consonância com a colaboração que o Papa teve no julgamento pelo assassinato do bispo argentino Enrique Angelelli, no início do julho.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 19-08-2014. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/4F5MKA |
Um tribunal argentino condenou à prisão perpetua do ex-general Luciano Benjamín Menéndez e do ex-comodoro Luis Fernando Estrella pelo assassinato de Angelelli durante a última ditadura militar (1976-1983).
Angelelli faleceu em 1976 após capotar a caminhonete que conduzia pela rodovia de La Rioja, enquanto investigava o assassinato de dois sacerdotes e um leigo que estavam sob a mão de militares.
Uma das provas chaves apresentadas neste julgamento foi fornecida pelo Vaticano no mês passado quando, a pedido do papa Francisco, revelou-se uma carta e um relatório enviados por Angelelli a Santa Sé pouco antes de sua morte.
“O papa deu sinais claros de mudança, para que a Igreja católica se abra para a sociedade, que supõe abrir os arquivos para a consulta dos estudantes e pesquisadores sociais. Também solicitamos que tais arquivos diplomáticos sejam declarados pela UNESCO como Memória do Mundo”, disse Almada.
Stroessner manteve um regime militar personalista que se prolongou até 1989, no qual foram registrados um total de 425 desaparecidos ou executados pelas forças de segurança, além de cerca de 20 mil detidos, a maioria vítimas de torturas e abusos, como informou em 2008 a Comissão de Verdade e Justiça (CJV).
A Justiça do Paraguai condenou apenas um pequeno grupo de policiais por delitos durante a ditadura, em processos realizados pouco depois de seu fim.
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É pedido ao Vaticano que abra seus arquivos sobre as ditaduras do Cone Sul - Instituto Humanitas Unisinos - IHU