Por: André | 22 Julho 2014
Na noite do domingo, 20 de julho, um míssil jogado por um avião destruiu o convento franciscano de Yacoubieh (foto), uma vila não muito longe da fronteira com a Turquia, no Vale do Orontes, noroeste da Síria. O edifício dos Frades Menores da Custódia da Terra Santa sofreu danos graves. De acordo com um comunicado do frei Pizzaballa, Custódio da Terra Santa, o frei Azziz Dhiya, que se encontrava no convento no momento da explosão, relatou ter sofrido apenas alguns ferimentos na cabeça. "Felizmente, quando o míssil caiu, o frade não estava em seu quarto, que foi completamente destruído", disse o frei Pizzaballa, reiterando, na sequência, o apelo para rezar pela paz na Síria e no Oriente Médio.
Fonte: http://bit.ly/1kNhdFc |
A reportagem está publicada no sítio Terrasanta.net, 21-07-2014. A tradução é de André Langer.
Apesar dos danos causados pela guerra na Síria, os pequenos gestos de solidariedade e de fraternidade entre os fiéis de diferentes confissões não param de se multiplicar. Várias testemunhas atestam-no, como, por exemplo, o padre Firas Lutfi, outro frei sírio da Custódia da Terra Santa, que neste momento encontra-se em Damasco: "Nas últimas semanas, Aleppo passa por uma crise muito séria: quase não tem água – relata Lufti. Às vezes, as pessoas são obrigadas a esperar longas horas para encher os reservatórios de água que serve para beber ou se lavar. Em nossos conventos, temos a sorte de ter poços e podemos distribuir essa água para todos, cristãos e muçulmanos, indistintamente. Um dia, quando tínhamos acabado de tirar água, uma pessoa se aproximou para perguntar se ainda tinha água. Era um muçulmano. Ele veio, apesar do esforço da sua idade, pegar água não para si, mas para o seu vizinho, um cristão muito doente".
O padre Firas deu outro exemplo: "Em outra ocasião, aqui na capital, eu estava na casa de uma senhora cristã que morreu pouco tempo antes; fui chamado por sua família e amigos para rezar com eles. Depois da oração, quando eu estava indo embora, um homem me parou. Do jeito como ele falou, eu imediatamente percebi que ele era muçulmano. Ele estava ofegante e chorava. Ele me disse que rezou pela alma da falecida com duas "suratas" (pequenos capítulos do texto sagrado) do Alcorão e perguntou se Deus aceitaria a sua oração por essa alma tão boa! Perguntei-lhe: "Por que você rezou por ela?" Ele me disse que a falecida tinha cuidado dos seus netos e que os tinha alimentado. De fato, as filhas desse homem, que ficou viúvo por causa da guerra, chegaram a Damasco como refugiadas, e encontraram uma moradia apenas no bairro cristão. Ali elas encontraram uma solidariedade feminina pela qual elas não esperavam. Depois eu o vi na igreja para o funeral, acompanhado por suas duas filhas".
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Na Síria, o convento franciscano de Yacoubieh é destruído por um míssil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU