03 Julho 2014
Por trás da mudança do presidente von Freyberg e do atual conselho de administração, não há lutas de poder, mas uma iniciativa do "ministro da Economia", o cardeal Pell.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 02-07-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Não há lutas de poder, nem se perdeu a confiança no presidente Ernst von Freyberg. O que vai acontecer nos próximos dias é uma operação em que o protagonista é o cardeal George Pell, secretário para a Economia, a fim de permitir uma verdadeira reforma do IOR".
A afirmação é de uma fonte autorizada ciente do que está prestes a acontecer na cúpula do Instituto para as Obras de Religião. Confirma-se a substância das notícias publicadas nos últimos dias, isto é, uma mudança de cúpula, mas a razão que a determinará é a necessidade de redesenhar o rosto do "banco vaticano", prosseguindo na linha da transparência e mudando as figuras profissionais e as competências indispensáveis para levar adiante a reforma.
O mandato da atual diretoria do IOR, nomeada em setembro de 2009, irá vencer depois do verão europeu. O presidente von Freyberg, que assumiu no lugar de Ettore Gotti Tedeschi, também tem a mesma validade.
Mas, por trás da renúncia já iminente do conselho administrativo do Instituto e, portanto, também do seu presidente, não há novos problemas internos ou questões ligadas à má gestão do próprio banco.
Teria sido uma iniciativa do cardeal Pell o fato de pedir a todo o conselho que apresentasse sua demissão e não só por causa do já iminente prazo de validade ou da idade de alguns dos seus membros, mas por causa da nova forma que o IOR deve assumir no marco mais amplo da reforma da Cúria.
O Instituto para as Obras de Religião se assemelhará cada vez mais a um pequeno banco, com depósitos limitados, que lida com transações de tipo bancário (muito úteis aos institutos religiosos do mundo) e que limitará significativamente os seus investimentos.
Por isso, no conselho, assim como na presidência, serão necessárias pessoas que tenham experiência em gestão de bancos e não tanto em grandes investimentos financeiros. Assim, em poucos dias, o conselho poderia apresentar a sua demissão, permitindo que Pell e a comissão cardinalícia de supervisão selecionem uma nova equipe que responda às novas necessidades do IOR.
Na origem da possível mudança, portanto, não há problemas relacionados com a gestão do atual conselho. E a linha que von Freyberg, junto com o conselho administrativo, levou adiante nesses 16 meses – a do monitoramento de todas as contas do banco, a da implementação das normas contra lavagem de dinheiro e a da comunicação, assim como a publicação do primeiro balanço certificado – vai continuar.
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IOR: operação-demissão para dar à luz o novo banco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU