Por: André | 02 Julho 2014
São quatro dias de trabalho decisivos para a reforma da cúria: a reunião dos oito cardeais conselheiros (com a entrada do nono membro, o secretário de Estado Pietro Parolin), que acontece de 01 a 04 de julho, deve revisar completamente tudo o que foi discutido nas reuniões anteriores e elaborar uma síntese. O autor da proposta do novo rosto da cúria será o coordenador do grupo, o cardeal hondurenho Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga. O conselho formulará propostas concretas e graças a elas o Papa, que sempre está presente nas sessões de trabalho, tomará suas decisões.
Fonte: http://bit.ly/1rVb0vo |
A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 30-06-2014. A tradução é de André Langer.
É possível, pois, que no dia 04 de julho saibamos se algumas das reformas que haviam sido consideradas como hipóteses chegarão a bom porto. Por exemplo, será institucionalizada a nova figura do “moderator curiae”, sobre a qual se discutiu fartamente ou será esquecida após o nascimento do “ministério da Economia”? Qual será o destino de alguns pontifícios conselhos? Passará o da família, por exemplo, a congregação para os leigos, ou permanecerá como até agora, em vista dos dois Sínodos dedicados justamente a este tema? O novo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização manterá seu atual dirigente ou será integrado em alguma congregação (para a Educação Católica ou para a Propaganda Fide)?
A finalidade é chegar a uma maior agilidade, a uma maior coordenação, a uma modernização, a uma simplificação e, sobretudo, a uma racionalização dos gastos. Justamente para alcançar este último objetivo nasceu a Secretaria para a Economia, encomendada ao cardeal George Pell, e se está estudando algo parecido para reduzir os custos dos diferentes organismos vaticanos que se ocupam da comunicação e da informação.
Também se falará sobre o futuro do IOR. Embora seja quase certa sua sobrevivência, ainda não se sabe quais competências manterá e quais perderá, em relação à Apsa (que deverá tornar-se quase um “banco central”) e à Secretaria para a Economia, inclusive em relação à administração dos investimentos. Esta semana também se reúne a comissão cardinalícia sobre o IOR, presidida pelo cardeal Santos Abril y Castelló, e é provável que o cardeal espanhol também fale na presença do C8, dos conselheiros papais. Além dos novos responsáveis pelo Instituto para as Obras de Religião, em vista de uma possível mudança (com a saída do alemão Ernst Von Freyberg, nomeado em fevereiro de 2013 depois da renúncia de Bento XVI, mas antes da chegada da sede vacante à Sé Apostólica).
Os oito cardeais conselheiros do Papa são: Giuseppe Bertello (único italiano e único curial presente), Francisco Javier Errázuriz Ossa (único emérito do grupo), Oswald Gracias, Reinhard Marx, Laurent Monsengwo Pasinya, Sean Patrick O’Malley, George Pell, Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga. O último deles é o coordenador do grupo, enquanto que como secretário foi nomeado o bispo de Albano, Marcello Semeraro.
Nos últimos meses, dois dos cardeais conselheiros foram chamados para desempenhar novos postos na cúria: Pell deixou Sidney para ser o “ministro da Economia”, e Marx, que continua como arcebispo de Munique, foi nomeado coordenador do Conselho para a Economia, composto por leigos e especialistas em assuntos financeiros. Alguns deles foram eleitos no âmbito da comissão referente de estudo dos problemas econômico-administrativos da Santa Sé (Cosea). As comissões referentes, sobre o IOR (CRIOR) e a Cosea, concluíram seus trabalhos e foram dissolvidas.
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Quatro dias decisivos para a reforma da cúria (e do IOR) - Instituto Humanitas Unisinos - IHU