Bispo defende possível solução da questão dos divorciados em segunda união

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18 Junho 2014

A Igreja Católica debate há anos o modo correto de se relacionar com os divorciados que se casam novamente. O bispo de Trier, na Alemanha, Stephan Ackermann, vê uma possibilidade de solução do conflito.

A reportagem é do sítio SR-Online.de, 15-06-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O bispo de Trier, Stephan Ackermann, considera possíveis progressos sobre o assunto, há muito tempo em discussão, dos divorciados em segunda união. "Estamos em um período em que há uma possibilidade de avançar em relação a esse assunto", disse o bispo no sábado, depois de um fórum da diocese de Trier sobre os católicos divorciados recasados.

Ele lembrou que a problemática também está na pauta, como reconhecimento da situação, do Sínodo dos bispos sobre matrimônio e família, que será realizado em outubro, em Roma, ao qual provavelmente o Papa Francisco fará com que se sigam atribuições concretas, tendo em vista o segundo Sínodo romano de 2015.

"As respostas que damos atualmente não são suficientes", disse o bispo, depois de um congresso de dois dias com especialistas e pessoas envolvidas. Na sua opinião, são insuficientes pelas condições alteradas. Sobre o tema, há atualmente uma "atenção muito grande" no nível de toda a Igreja.

Os católicos que se casaram depois de um divórcio são considerados pecadores na Igreja Católica e não podem receber nenhum sacramento, como por exemplo a comunhão. "É preciso proceder de forma clara, não diminuir a atenção", disse Ackermann, que trabalha sobre o assunto dos divorciados recasados em um grupo de seis pessoas em nível episcopal. "Tentamos levar adiante aquilo que podemos." Mas, continuou, só pode haver uma solução por parte de toda a Igreja.

Mais direitos aos divorciados em segunda união na Igreja Católica estão "em grande atraso", alertou o presidente do Conselho dos Católicos, Manfred Thesing. "Não podemos insistir sempre apenas na ordem e na lei." Certamente, disse, está escrito na Bíblia que o matrimônio é indissolúvel. No entanto, a Igreja não pode deixar do lado de fora as pessoas que viveram um fracasso no casamento. "Alguma coisa tem que acontecer. A pressão deve crescer ainda mais", acrescentou.

Mas Ackermann contradisse essa última indicação. "Aumentar a pressão não ajuda. Com as pressões, não vamos para a frente." Não se deve "exacerbar ainda mais as tensões".

Nos últimos anos, acrescentou, vários bispos alemães já se pronunciaram no debate, propondo "soluções de misericórdia". Fizeram isso, por exemplo, o novo presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Reinhard Marx, de Munique, e o seu antecessor, Robert Zollitsch.

O fórum, com cerca de 220 participantes, ocorreu em conexão com o sínodo diocesano de Trier, que começou em dezembro de 2013. É o primeiro sínodo da Igreja Católica na diocese há 24 anos. Fazem parte da diocese de Trier cerca de 1,5 milhão de católicos dos estados da Renânia-Palatinado e de Saarland.