Por: Caroline | 11 Junho 2014
“Leve indisposição”. Com essas duas palavras a sala de imprensa do Vaticano justificou a decisão do Papa (foto) em suspender as atividades desta terça-feira. Pelo segundo dia consecutivo Francisco optou por repousar, após ter cancelado duas audiências previstas para a segunda-feira. Ainda que suas condições de saúde sejam boas, alguns cardeais e outros colaboradores próximos insistiriam a ele que: “Deveria descansar mais”.
A reportagem é de Andrés Beltramo Alvarez, publicada por Vatican Insider, 10-06-2014. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/DFXROY |
Neste dia o pontífice preferiu não celebrar a missa privada das sete da manhã na capela de sua residência vaticana, a Casa de Santa Marta. Dedicou a jornada para preparar o discurso que pronunciará na quarta-feira durante a audiência geral na Praça de São Pedro.
Na véspera já havia cancelado dois encontros privados na agenda: um com os integrantes do Conselho Superior da Magistratura da Itália e outro com o prior da Comunidade de Bose, Enzo Bianchi. “Sentiu-se indisposto”, explicou o porta-voz papal Federico Lombardi, sem oferecer maiores detalhes.
Nas últimas semanas a agenda pontifícia tem estado cheia de atividades. No último sábado teve várias audiências durante a manhã (incluindo a com o presidente do México, Enrique Peña Nieto) e, pela tarde, participou de um encontro com mais de 50 mil esportistas, que incluiu uma longa viagem a bordo do papamóvel.
Ao final dessa grande audiência, pronunciou uma frase que gerou especulações a respeito de sua saúde: “Abençôo e rezo por vocês, e peço que rezem por mim, porque eu também tenho que fazer meu jogo, que é o jogo de vocês, o jogo de toda a Igreja! Rezem por mim para que possa realizar este jogo até o dia em que o Senhor me chamará com ele. Obrigado”.
Seu entorno próximo minimizou o valor dessas palavras e apontou que, além de seus conhecidos problemas nas costas, sua saúde é boa como se pode constatar em suas diversas aparições públicas.
No domingo também teve atividades intensas: celebrou a missa de Pentecostes na Basílica de São Pedro, ao meio-dia dirigiu a benção do Regina Coeli da janela de seu gabinete no Palácio Apostólico e no anoitecer conduziu a histórica “invocação pela paz” nos Jardins do Vaticano junto com os presidentes de Israel, Shimon Peres; da Palestina, Mahmud Abbas e o patriarca ecumênico da Constantinopla, o líder ortodoxo Bartolomeu I.
Na segunda-feira, após a missa matutina de Santa Marta, deixou de trabalhar. Sua reaparição é esperada nessa quarta-feira, na audiência geral. Nos dias seguintes terá, novamente, uma agenda cheia: no domingo 15, pela tarde, irá visitar a sede da Comunidade de Sant'Egidio, no dia 16 irá inaugurar o congresso pastoral da diocese de Roma, na quinta-feira, dia 19, conduzirá a procissão de Corpus Christi e no sábado, 21, irá viajar a região de Cassano allo Ionio, ao sul da Itália.
Há apenas duas semanas (entre 24 e 26 de maio) cumpriu uma extenuante viagem apostólica de três dias ao Oriente Médio, onde foi visto com grande energia e otimismo. Não teve um dia de descanso após essa viagem.
Na terça-feira, 27, recebeu várias pessoas, entre elas um grupo de bispos da direção do Conselho Episcopal Latino-americano, com os quais dialogou por cerca de uma hora. No dia seguinte, quarta-feira 28, presidiu a audiência geral na Praça de São Pedro sob um sol intenso.
Por recomendação médica Bergoglio deveria tirar um cochilo diário de, pelo menos, 45 minutos. Contudo em várias ocasiões ele não tem feito isto. Um exemplo? Em 17 de março, quando almoçou com a presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner, na Casa Santa Marta. A refeição se estendeu para além das 4 horas da tarde. Não obstante, o Papa não quis atrasar nenhuma reunião já marcada, para essa mesma hora, com os diretores do projeto “Scholas Occurrentes” (Escolas para o encontro).
“Pedimos a ele que tirasse férias este ano, porque algumas vezes o vemos muito cansado”, reconheceu há alguns dias o cardeal hondurenho Óscar Rodríguez Maradiaga, coordenador do Conselho de Cardeais que assessora Francisco no governo da Igreja. Contudo ainda se desconhece se seguirá essa recomendação. No verão de 2013 descartou mudar-se para a residência vaticana Castel Gandolfo e preferiu permanecer no Vaticano, mesmo com o calor sufocante. De fato não teve suas férias propriamente ditas, ainda que, em agosto, tenha suspendido suas audiências gerais das quartas-feiras.
Diferentemente do ano passado, no mês de julho também não realizará as audiências das quartas-feiras. Dessa maneira poderá evitar a exposição dos fiéis ao intenso calor que se condensa na Praça de São Pedro, durante grande parte do dia.
Não é a primeira vez que o Papa anula atos por indisposição. Em 15 de maio preferiu ir ao santuário romano do Divino Amor e deixou o dia seguinte livre, mesmo com as audiências já organizadas. Enquanto, no dia 28 de fevereiro, havia cancelado no último momento uma visita ao Seminário Romano.
Nota da IHU On-Line: Na manhã de hoje, quarta-feira, como informam as agências internacionais de notícia, o Papa Francisco estava em plena forma na habitual audiência geral das quartas-feiras.
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O Papa suspende atividades pelo segundo dia consecutivo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU