30 Mai 2014
Em 21 de maio de 1965 foi eleito Pedro de Arrupe y Gondra, um dos jesuítas mais influentes dos tempos modernos como superior da ordem dos jesuítas.
A nota é publicada por Jesuit Restoration 1814, 21-05-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Nascido em Bilbao, ele foi o quinto espanhol e o primeiro basco a se tornar superior depois de Inácio. Estudante de medicina, ele estava para completar um doutorado em ética médica como jesuíta. Muitos o consideram um "refundador" dos jesuítas nos anos após o Concílio Vaticano II.
As ordens religiosas tinham sido convidadas a retornar à inspiração original de seu fundador, bem como em ajustar o seu carisma aos tempos modernos. Esse convite levou à decisão de Arrupe de convocar outra Congregação Geral (a de número 32) apenas cinco anos após aquela que o havia eleito. Os frutos dessa Congregação Geral ainda afetam profundamente a vida jesuíta moderna.
Arrupe tinha uma vasta experiência do mundo, em parte porque um governo republicano havia enviado os jesuítas da Espanha para o exílio (de novo!). Dessa forma, sua formação ocorreu na Bélgica, Alemanha, Holanda e Estados Unidos. No entanto, o tempo mais importante foi aquele em que passou no Japão, onde foi preso por suspeita de ser espião depois do ataque japonês a Pearl Harbour, que levou os EUA a entrar na Segunda Guerra Mundial.
Naquele natal de 1941, ao ouvir pessoas que se reuniam do lado de fora de sua cela - ele estava esperando ser executado -, ele ficou surpreso quando percebeu que eram cristãos cantando canções natalinas, arriscando-se perigosamente. No entanto, um impacto maior aconteceu quando o nomearam mestre de noviços em Hiroshima, e assim testemunhou a bomba atômica e foi a primeiro a coordenar uma resposta médica para aquele acontecimento terrível.
Em um momento profético, e respondendo à crise vietnamita, ele fundou o Serviço Jesuíta aos Refugiados, antecipando, assim, as ondas de migração em um mundo globalizado, devido à instabilidade política e econômica e à desigualdade. Sua visão da Igreja e do mundo moderno, contudo, não foi compartilhada por outros líderes da Igreja. Ele foi criticado por não conseguir conter a onda de padres que deixavam o sacerdócio em meio do tumulto após o Concílio Vaticano II.
Depois de sofrer um acidente vascular cerebral debilitante em 1981 e ao se tornar o primeiro superior-geral a renunciar, em vez de morrer no cargo, o Pe. Arrupe testemunhou uma intervenção sem precedentes no governo da Companhia, quando o Pe. Dezza SJ foi colocado pelo papa como delegado pessoal e superior interino, ignorando assim a escolha de Arrupe para superior-geral.
Uma limpeza era esperada, no entanto Dezza manteve os funcionários da Cúria e superiores como estavam. Ele convocou a 33ª Congregação Geral dois anos depois para eleger um novo superior, na qual durante a abertura o provincial espanhol leu esta declaração em nome de Arrupe que estava em uma cadeira de rodas:
"Como eu gostaria de estar em melhores condições para este encontro com vocês. Mais do que nunca, eu me encontro nas mãos de Deus. Isso é o que eu quis toda a minha vida, desde a minha juventude. Mas agora há uma diferença: a iniciativa é inteiramente de Deus. Na verdade, é uma experiência espiritual profunda em colocar-se totalmente nas mãos de Deus."
Ele morreria 10 anos depois do seu acidente vascular cerebral e recebeu visitas de muitos simpatizantes, incluindo João Paulo II.
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31ª Congregação Geral elege Pedro Arrupe como superior-geral - Instituto Humanitas Unisinos - IHU