Por: Jonas | 20 Mai 2014
Os cinco candidatos que disputam a presidência da Colômbia aproveitam este último final de semana de campanha eleitoral para conseguir votos nas praças públicas, já que a partir de segunda-feira a campanha em espaços abertos estará proibida.
A reportagem é publicada por Página/12, 18-05-2014. A tradução é do Cepat.
Os discursos de ontem contemplaram o cessar-fogo anunciado pelas guerrilhas do Exército de Libertação Nacional (ELN) e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), entre os dias 20 e 28 de maio, para favorecer o clima eleitoral nas disputas de domingo, dia 25. Também houve menções ao pré-acordo sobre drogas ilícitas e narcotráfico alcançado ontem, em Havana, entre os negociadores do governo do presidente candidato Juan Manuel Santos e das FARC, que significa um avanço no processo de paz, em razão do êxito em três dos cinco pontos da agenda. Santos destacou que o terceiro acordo parcial foi digno das felicitações do presidente do México, Enrique Peña Nieto, e do secretário geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, e recordou que a paz na Colômbia terá implicações para “o resto do mundo”.
Seu principal oponente, o uribista Oscar Iván Zuluaga, do Centro Democrático, que ontem percorreu vários povoados do departamento de Cundinamarca, em que Bogotá é a capital, questionou, inclusive, o fato de Santos ter se sentado para negociar sobre drogas com “o principal cartel do narcotráfico do mundo”. Segundo Zuluaga, “um Estado legítimo não negocia a política antidrogas com aqueles que atingiram o país”. Disse isso para um auditório com cerca de 300 pessoas, reunidas na Praça da Panela de Villeta, a 100 quilômetros de Bogotá, minutos antes de uma forte chuva.
Também o aspirante à presidência pela Aliança Verde, Enrique Peñalosa, qualificou como “lamentável que se utilize politicamente, em campanha, as negociações de Havana. Esse é um assunto que não deveria ser eleitoral, porque independentemente de quem for o governo, essas conversas devem continuar”. Peñalosa, que fez uma caminhada pelas principais ruas da sulista cidade de Neiva e que manteve encontros com diferentes setores, mas sem realizar comício, lastimou que Santos obtenha, dessa forma, “o apoio das FARC”, uma semana antes das eleições.
Na mesma linha, a candidata da coalizão de esquerda, Clara López, que se encontra em Manizales (centro-oeste), disse: “Devemos contestar que se utilize algo tão importante como a paz como uma bandeira partidarista em busca da reeleição”.
Não obstante, Peñalosa e López são os únicos candidatos que confirmaram o seu apoio ao processo de paz da forma como Santos o concebeu, e ontem expressaram sua satisfação pelo encaminhamento após um ano e seis meses de conversações.
A candidata do Partido Conservador, Marta Lucía Ramírez, que ontem já reprovou o anúncio do acordo de drogas, pois era “uma maneira de apoiar a reeleição do presidente Santos”, prosseguiu sua agenda, no penúltimo dia de campanha em espaços abertos, nos departamentos de Chocó, Nariño e Valle del Cauca.
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Reta final na campanha eleitoral colombiana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU