14 Mai 2014
"'Simplesmente acumulamos e não devolvemos nem regeneramos nada. Um dos grandes esforços do século 21 é mudar a natureza e o aglomerado urbano, transformando-o em espaço de reciclagem', declarou o vereador Ricardo Young (PPS)."
A reportagem é de Flávia Albuquerque, publicada por Agência Brasil , 12-05-2014.
Apenas 30% das cidades brasileiras estabeleceram metas para a redução de resíduos sólidos, disse ontem (12) o coordenador do Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatin. Ele participou de seminário na Câmara Municipal de São Paulo e defendeu o planejamento e a mudança de rotina para encaminhar quase todo o lixo de forma correta.
Para Sabatini, se a humanidade tem capacidade para criar e fabricar produtos, é capaz também de planejar e gerenciar o descarte ou a reutilização do lixo. “Primeiro é preciso estabelecer uma meta e planejar. Se encaminharmos 90% do lixo corretamente já é ótimo. Uma vez estabelecendo uma meta, teremos profissionais estudando como chegar a essa meta. Esse é o princípio do lixo zero. Queremos estimular a mudança de hábitos”, declarou.
Segundo o coordenador, o conceito de lixo zero precisa ser compreendido pela população como algo que deve ser planejado para reduzir ao mínimo o envio de material para aterros sanitários ou incineradores.
Ele ressaltou que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga os grandes geradores de lixo a estabelecer metas para a diminuição dos resíduos, pôs os municípios numa corrida contra o tempo.
“Agora estamos em uma corrida muito perigosa porque não sabemos a qualidade dos projetos que virão para planejarmos a administração dos resíduos. A lei diz que o grande gerador tem de ter seu plano de gestão de resíduos sólidos. O número, nesse caso, é muito menor do que o de cidades. Existe uma crença de que a lei vai ser prorrogada de alguma forma, mas o Ministério Público já se pronunciou dizendo que vai fazer a lei ser cumprida”, alertou.
O vereador Ricardo Young (PPS) ressaltou que a única forma de transformar as cidades em sustentáveis é transformá-las em espaços urbanos regeneradores de serviços ambientais. No entanto, os centros urbanos funcionam recebendo os recursos naturais e os degradando.
“Simplesmente acumulamos e não devolvemos nem regeneramos nada. Um dos grandes esforços do século 21 é mudar a natureza e o aglomerado urbano, transformando-o em espaço de reciclagem”, declarou.
Young defendeu a ampliação da reciclagem para transformar centros urbanos em concentrações capazes de reutilizar os resíduos: “Quanto mais conseguirmos recuperar, menor será nossa agressão ao meio ambiente e mais condições teremos de reduzir o enorme risco gerado pelas cidades”. Ele ressaltou que o município de São Paulo é pioneiro na aplicação da Lei de Resíduos Sólidos.
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Apenas 30% das cidades estabeleceram metas para diminuição de resíduos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU