25 Abril 2014
Cada Igreja deveria ter uma presença online, mas uma presença física também é necessária.
A opinião é do pastor norte-americano Ed Stetzer, professor visitante da Trinity Evangelical Divinity School e do Southeastern Baptist Theological Seminary. O artigo foi publicado no sítio Cristianity Today, 02-04-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Vamos lá! Estamos em 2014. Cada Igreja deve ter uma presença online.
As pessoas da sua Igreja e a sua comunidade estão lá, então você deve estar lá também. Mas é diferente se referir a algo que acontece por meio de seu website como "Igreja".
Um encontro online de cristãos pode ser classificado como uma Igreja? Vamos analisar isso através de cinco perguntas.
As Igrejas deveriam estar online?
Se uma Igreja não estiver online, então ela não está se envolvendo com a cultura. A Igreja precisa ser o lugar onde as pessoas se reúnem, e elas estão online e em sites de mídia social.
O centro de pesquisas Pew Research descobriu que 72% dos adultos online usam as mídias sociais. Cada faixa etária continua a experimentar crescimento, especialmente aqueles com mais de 65 anos, que triplicaram o seu uso nos últimos quatro anos, de 13% em 2009 para 43% este ano.
Apesar das tendências avassaladoras no uso de mídia social, o LifeWay Research descobriu que menos da metade de todas as Igrejas estão engajadas no Facebook. Um total de 40% delas não estão usando nenhuma das ferramentas de redes sociais. Eu acho que isso é má gestão.
Eu já disse antes, meio de brincadeira, que os pastores que não estão no Twitter estão em pecado. A mídia social é um ministério válido da Igreja. A comunidade online pode melhorar a comunidade física.
O que é uma Igreja Online?
Cada transmissão via internet de um culto de louvor não está necessariamente destinada a ser uma Igreja online. Algumas Igrejas têm um ministério online que é uma parte de sua reunião física.
Uma Igreja online, no entanto, muitas vezes tem a intenção de ser uma forma alternativa de se fazer parte da Igreja, semelhante a qualquer outro campus geográfico. Uma Igreja online desse tipo é uma Igreja que se define por ser online – a experiência online tem a intenção de ser tão apropriada quanto o encontro físico. E eu não acho que isso seja útil na maioria dos casos.
No entanto, a meu ver, uma Igreja (entre outras coisas) é uma reunião de crentes sob o domínio de Jesus Cristo, que pratica duas ordens: procura fazer avançar o Seu reino e considera cada um responsável nessa aliança.
Eu não acho que uma única Igreja online possa fazer isso. (Sim, eu estou ciente de que há batismos e a Ceia do Senhor online, mas estamos discutindo se você deve fazer isso, não se é fisicamente possível.)
Os participantes da Igreja online podem citar que evitam o tráfego ou qualquer outra razão como a sua motivação, e há momentos em que essa abordagem pode ser necessária, por razões excepcionais. No entanto, eu acho que eles podem simplesmente estar evitando a comunidade real (intencionalmente ou não).
As Igrejas que têm uma presença online podem evitar essa tendência, explicando que a opção online não é a experiência ou intenção total de ser Igreja. A Igreja tem pés e rostos, e não apenas elétrons e avatares.
Qual é a melhor opção?
Recentemente, o meu pequeno grupo se reuniu em minha casa para rezar e impor as mãos sobre uma mulher que estava doente. Pedimos a Deus para curá-la e, em seguida, choramos junto. Você pode ter expressões online alternativas disso, mas acho que todos concordam que pessoalmente é melhor – e vale a pena lutar por isso.
Sim, você pode ter uma grande comunidade online, mas isso não é o suficiente. A presença online pode melhorar, mas não substituir a presença pessoal em comunidade.
A Escritura apoia essa ideia. "Eu teria ainda muitas coisas para lhes escrever, mas não quis fazê-lo com papel e tinta. Contudo, espero ir visitá-los e falar com vocês de viva voz, para que a nossa alegria seja completa" (2Jo 1, 12). De fato.
Quando tomamos a Ceia do Senhor juntos, rezamos uns pelos outros e confessamos os nossos pecados uns aos outros, é melhor fazê-lo na comunidade física com um realce ou aumento online, não com uma substituição online.
Então, na minha opinião, uma Igreja online não deve ser o objetivo final da Igreja que promove uma presença online.
Qual é a importância da Igreja online?
Primeiro, deixe-me dizer que eu gosto da frase "Igreja em rede" mais do que "Igreja online". Sua Igreja deve estar na rede, mas eu não acho que deva ser uma Igreja online.
Como tal, as pessoas devem ser transferidas de uma comunidade online para uma física sempre que possível, sem abandonar o aspecto online.
Algumas pessoas não podem ir à Igreja por causa de doença. Alguém pode estar em um país onde o evangelho é perseguido. Tais grupos semelhantes podem continuar se engajando em suas Igrejas online. Os participantes são importantes para Deus. Eles são pessoas reais.
Então, a melhor maneira de fazer uma Igreja online é trabalhar intencionalmente para levar o máximo possível daqueles que estão sozinhos para a frente da tela para estar em comunidade com os outros e serem incorporados em uma comunidade de aliança.
Uma Igreja online pode ser uma extensão válida se a Igreja comunica que a expressão normal da intenção e do desígnio de Deus é que nos reunamos em adoração com as pessoas e, em seguida, espalhamo-nos para o trabalho de missão no reino.
Um bom equilíbrio poderia ser que as Igrejas expressassem a sua presença online da seguinte maneira: "Nós estaremos lá somente se você não pode estar aqui".
Qual é o futuro das Igrejas online?
À medida que continuamos no caminho forjado pela revolução digital, as Igrejas do Novo Testamento vão funcionar em comunidades que incluem aspectos online. Elas vão funcionar principalmente em pessoa, mas também terão oportunidades online e um alcance online. Atualmente, algumas Igrejas têm um pastor na internet para servir os participantes online. Esse papel vai se tornar cada vez mais proeminente.
O ideal é que as Igrejas tenham uma presença online, mas que incentivem fortemente a interação face a face, onde a mídia social reforça a comunidade ao invés de evitá-la. Ela pode ser mais uma ferramenta que temos para introduzir as pessoas a Jesus Cristo e à Sua Igreja. A mídia social não vai desaparecer tão cedo, então não podemos simplesmente ignorá-la. Em vez disso, precisamos aprender como usá-la para a glória de Deus. Senão, vamos nos tornar cada vez mais irrelevantes em um mundo moldado pela internet.
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Uma Igreja online é realmente uma Igreja? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU