17 de abril de 1761 – Papa resiste à pressão francesa em mudar as Constituições dos jesuítas

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23 Abril 2014

A fim de salvar as províncias jesuítas francesas, foi sugerida a alteração das constituições da Companhia de Jesus. O Papa Clemente e o superior-geral, Pe. Ricci, se recusaram a fazer isso. 

A nota é publicada por Jesuit Restoration 1814, 18-04-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A tendência dominante na Igreja francesa no século XVIII era o movimento em direção ao galicanismo. Essencialmente, tratava-se de uma reação contra o poder e a influência do papa sobre a Igreja francesa designadamente em questões temporais. Considerando-se que era uma época em que a Igreja tinha uma enorme quantidade de bens e riqueza, os papas influenciavam nas nomeações de bispos, nos latifúndios e nas ricas fundações monásticas, o que gerava ressentimento por parte do parlamento francês, do rei e dos nacionalistas dentro da Igreja.

Aqueles que queriam proteger o prestígio e a influência do papa eram chamados de "ultramontanistas", ou seja, para além das montanhas. Isso aconteceu porque o papa, o bispo de Roma, estava sediado para além da fronteira natural dos Alpes, assim, para além das montanhas.

Os jesuítas, que famosamente fazem um quarto voto de obediência ao papa, foram vistos como sendo ultramontanistas, e, portanto, eram considerados com profunda desconfiança pelo parlamento francês. O desastre financeiro do caso Lavalette tinha colocado pressão sobre a Companhia para pagar a dívida.

O provincial protestou que cada casa religiosa era responsável pela sua situação financeira, assim, portanto, os jesuítas franceses como um corpo não poderiam ser responsáveis pelas dívidas de Lavalette. A responsabilidade financeira separada de cada casa estava nas Constituições, apontavam os jesuítas, trazendo, assim, as Constituições e a sua situação legal na França em foco.

Essa luta entre os jesuítas e o parlamento francês, que era simpático aos credores de Lavallete, foi assim arrastada à agenda galicanista mais ampla. Uma sugestão foi a de que, a fim de salvar as províncias francesas jesuítas, elas poderiam ter um superior totalmente independente do superior-geral de Roma. Foi sugerido que, se os jesuítas franceses se distinguissem do resto da ordem, sob um vigário francês, com os costumes franceses, a Coroa iria protegê-los.

Isso exigiria uma alteração dramática das Constituições. O superior-geral, Pe. Ricci, e o Papa Clemente se recusaram a fazer isso, com as famosas palavras: "Sint ut sunt aut non sint" (Que seja assim ou que não seja). Três anos mais tarde, a Companhia de Jesus seria dissolvida na França.