16 Abril 2014
Não é à toa que o relatório sobre mitigação do IPCC (assim como o sumário, divulgado ontem), jogue uma lupa sobre as emissões de energia. "A possibilidade de se descarbornizar a economia do mundo é muito ligada à possibilidade do setor elétrico de se descarbonizar", diz o brasileiro Roberto Schaeffer, um dos autores-líderes do capítulo sobre transportes.
A reportagem é de Daniela Chiaretti, publicada pelo jornal Valor, 14-04-2014.
Fácil entender o motivo. As emissões de gases-estufa ligadas à energia respondem por 80% do total. As principais fontes de emissão de CO2 estão na geração elétrica a carvão e gás e nos insumos à base de combustíveis fósseis usados na indústria e no transporte. O setor de transportes sozinho (considerando todos os modais, rodoviário, ferroviário, aéreo, marítimo) responde por 25% das emissões de CO2 do mundo.
A tendência é de aumento. "Quanto mais demorar, mais violenta será a necessidade de se descarbonizar a economia", diz Schaeffer, que é professor do programa de planejamento energético da Coppe/UFRJ. "A mensagem principal é que ainda existe a possibilidade de se conseguir ficar dentro do limite de 2º C de aquecimento. Mas para isso são necessárias ações urgentes e de curto prazo. Quanto mais se esperar, será mais caro e perigoso porque vamos ter que lançar mão de tecnologias não testadas ou mais caras das disponíveis hoje", diz.
Tecnologias de energia renovável, como eólica e solar, estão avançando e são mais baratas, hoje, do que eram. "Mas se não as usarmos já, vamos ter que recorrer às que não são baratas". Ele se refere à energia nuclear, à queima de fósseis com CCS (sistemas para sequestrar o carbono após a queima, tecnologia ainda em teste no mundo, cara e controversa) e outras.
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Maior emissor, setor energético está no centro das atenções do relatório - Instituto Humanitas Unisinos - IHU