6 de abril de 1850 – primeira edição da revista "La Civiltà Cattolica"

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15 Abril 2014

No dia 6 de abril de 1850, os jesuítas italianos começaram a publicar a primeira revista da restaurada Companhia de Jesus, "La Civiltà Cattolica" (A Civilização Católica).

A nota é do sítio Jesuit Restoration 1814, 08-04-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O fundador da La Civiltà Cattolica, Pe. Carlo Maria Curci, declarou que a missão da revista era trazer "a ideia e o movimento da civilização ao conceito católico do qual ela parece ter se divorciado por cerca de três séculos". Em uma sociedade que tinha uma ordem social e civil muito fluida, essa foi uma tentativa de ancorar os princípios cristãos na vida cultural e intelectual da Itália. Curci estava preocupado com a influência dos liberais e maçons, que ele via como se estivessem corroendo a cultura católica. Curiosamente, o superior geral, Pe. Roothans, não era a favor da sua publicação, no entanto Curci teve o apoio entusiástico do Papa Pio IX, que financiou a publicação da primeira edição.

Era um tempo de uma aspiração europeia crescente em direção à democracia e à liberdade política. La Civiltà Cattolica foi excepcional em sua capacidade de introduzir o pensamento católico nesses debates. No entanto, infelizmente, Curci, que era um polemista eficaz, muitas vezes dava a impressão de que a ordem cristã identificava-se com o antigo regime.

Houve uma falha em fazer uma distinção entre as legítimas aspirações para a liberdade política - o que muitos de nós consideramos normais agora - e as aberrações de revolucionários e extremistas. Por exemplo, a liberdade universal de imprensa e a liberdade de consciência foram consideradas suspeitas, embora afirmadas em casos particulares. O conservadorismo geral dos jesuítas italianos em um momento de mudança surpreendente é compreensível, mas a partir de um ponto de vista moderno parece equivocado.

É irônico que, devido a uma reação contra o excesso revolucionário e a anarquia, os velhos monarcas foram capazes de restabelecer um controle sobre o poder. Esses monarcas, que tinham sido a principal razão da supressão da Companhia, agora viam os jesuítas e a Igreja em geral como fatores importantes de estabilização em um momento de grandes mudanças civis.

No entanto, havia muitas exceções entre os jesuítas com relação a esse ponto de vista muito conservador. Uma figura de destaque foi o Pe. D'Azeglio, que se tornou o editor da La Civiltà Cattolica e que desejava ver uma união entre católicos e um liberalismo que fosse livre de sua força antirreligiosa. A revista continuou com a sua proximidade aos papas posteriores, tanto que era vista como a voz oficial da Santa Sé - com intervenções papais na demissão e nas nomeações de editores.

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