Por: André | 09 Abril 2014
O IOR não será fechado, mas “continuará oferecendo com atenção e oferecendo serviços financeiros especializados à Igreja católica em todo o mundo. É o que se lê em um comunicado publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, que indica também uma “proposta sobre o futuro do Instituto”, embora não especifique qual seja. “O Santo Padre aprovou – pode-se ler – uma proposta sobre o futuro do Instituto para as Obras de Religião (IOR), reafirmando a importância da missão do IOR para o bem da Igreja católica, da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano”.
Fonte: http://bit.ly/OrpBzG |
A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 07-04-2014. A tradução é de André Langer.
“A proposta – continua a nota – foi desenvolvida conjuntamente por representantes da Pontifícia Comissão referente sobre o IOR (Crior), pela Pontifícia Comissão referente de estudo e de coordenação sobre a organização da estrutura econômico-administrativa da Santa Sé (Cosea), pela Comissão cardinalícia do IOR, e pelo Conselho de Superintendência do IOR, e apresentada ao Santo Padre pelo cardeal prefeito da Secretaria de Economia”, George Pell, “com o conselho do cardeal Santos Abril y Castelló, presidente da Comissão cardinalícia do IOR”.
Entretanto, não se especifica nenhuma proposta, nem quais sejam as mudanças que o Instituto eventualmente poderá sofrer, que, de qualquer maneira, continuará com suas atividades. “Tal proposta – afirma a nota – foi definida com base na informação sobre o estatuto legal do IOR e sobre a operacionalidade desempenhada, informações reunidas e apresentadas ao Santo Padre e ao seu Conselho de cardeais pela Crior em fevereiro de 2014. O IOR continuará servindo com atenção e oferecendo serviços financeiros especializados à Igreja católica em todo o mundo. Os significativos serviços que podem ser oferecidos pelo Instituto assistem o Santo Padre em sua missão de pastor universal e apóiam, além disso, as instituições e indivíduos que colaboram com ele em seu ministério”. Uma decisão que continua com a linha que até agora seguiu o presidente do Instituto, Ernst von Freyberg, que é contrário a mudanças mais radicais, e agora também George Pell, com quem Von Freyberg tem uma boa relação.
“Com a confirmação da missão do IOR e dando prosseguimento ao pedido do cardeal prefeito Pell”, o presidente do Instituto, Von Freyberg, e o “management do IOR, levarão até o final seu plano para garantir que o IOR possa cumprir sua missão com parte das novas estruturas financeiras da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano”. Uma passagem importante, esta última, que destaca, nas entrelinhas, que o IOR fará parte, de alguma maneira, das novas estruturas, ou seja, da Secretaria e do Conselho de Economia, recentemente criadas. Em suma, o cardeal Pell pede ao presidente do IOR que siga em frente como fez até agora.
“O plano será apresentado ao Conselho dos cardeais do Santo Padre”, ou seja, ao C8, “e ao Conselho de Economia. As atividades do IOR continuarão dentro da supervisão regular da AIF (Autoridade de Informação Financeira), autoridade competente no âmbito da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano”.
“Em conformidade com os Motu Proprio de 08 de agosto e de 15 de novembro de 2013 e com a lei número 18 sobre a transparência, supervisão e informação financeira que entrou em vigor no dia 18 de outubro de 2013 – conclui o comunicado –, introduziu-se uma ampla e articulada estrutura legal e institucional com o objetivo de regular as atividades financeiras na Santa Sé e no Estado da Cidade do Vaticano. Para este propósito, o cardeal prefeito Pell confirmou a importância de uma alienação sustentável e sistemática das estruturas legais e normativas da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano com as ‘best practices’ dos regulamentos internacionais. Uma supervisão regular eficaz e os progressos alcançados no cumprimento, transparência e operacionalidade postas em marcha em 2012 e sensivelmente aceleradas em 2012, são fundamentais para o futuro do Instituto”.
Não se faz menção, na nota vaticana, ao futuro da comissão referente sobre o “banco vaticano” (Crior) nem sobre a outra comissão que se ocupa dos problemas econômico-administrativos (Cosea). Duas comissões “temporais”, como lembrou o secretário de Estado, Pietro Parolin, em uma entrevista ao jornal italiano Avvenire. E será preciso ver se haverá mudanças no papel e nos poderes da comissão cardinalícia do IOR.
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O Papa decidiu: o IOR vai continuar - Instituto Humanitas Unisinos - IHU