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As convicções europeias do historiador Jacques Le Goff

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Por: André | 03 Abril 2014

Jacques Le Goff era incontestavelmente um dos maiores – senão o maior – medievalista francês contemporâneo, às vezes chamado de “papa da Idade Média”. Ele morreu em 01 de abril, em Paris, com a idade de 90 anos. Fundador, junto com Marc Bloch, da Escola dos Anais, que renovou completamente a ciência histórica, era agnóstico, europeu convicto, concedeu em 2004 uma entrevista à revista La Vie, na qual falava especialmente sobre a Europa, o cristianismo e a laicidade. Nós publicamos novamente aqui esta entrevista.

 
Fonte: http://bit.ly/PktkQS  

A entrevista é de Jean-François Rouge, Max Armanet e Gérard Desmendt e está publicada no sítio da revista La Vie, 01-04-2014. A tradução é de André Langer.

Eis a entrevista.

Você descobriu que a primeira citação da palavra ‘europeus’ aparece num texto que menciona a Batalha de Poitiers (732), entre os francos de Charles Martel e os invasores sarracenos vindos do norte da África.

Exato, embora eu sempre tenho um pouco de constrangimento para evocar isso, pelo fato de que uma determinada extrema direita apropriou-se, desde então, desse texto com um objetivo claramente xenófobo. Algumas associações duvidosas celebram anualmente o aniversário da Batalha de Poitiers... Mas a verdade histórica é esta: antes, nos textos geográficos antigos, gregos e romanos, só se falava de uma Europa com contornos muito vagos. Aqui, nesse texto de 732, aparecem os europeus. Na sequência, durante a Idade Média, o termo aparece com frequência. Entretanto, não podemos falar de “consciência europeia” antes do aparecimento de dois textos, no século XV. Um é assinado pelo Papa Pio II, humanista, protetor de Nicolas de Cues (o grande filósofo cristão ecumênico antes do tempo), o outro, do rei da Boêmia, Georges de Podiebrady, que publicou um plano para uma Europa unida, uma espécie de constituição continental muito à frente do seu tempo. Encontramos esses dois textos numa magnífica antologia publicada por Yves Hersant, Europes (Robert Laffont).

A que se deve atribuir esta tomada de consciência europeia?

No século XV, não há o perigo árabe, mas a ameaça turca! Mesmo que não seja muito “politicamente correto” defender isso (é, por outro lado, uma das razões que fundamentam a minha reticência à entrada da Turquia na União Europeia). Atualmente, se excluirmos a parte da região dos Bálcãs, não há mais guerra possível em nosso continente. Certamente, a mídia tem, muito naturalmente, tendência a insistir sobre as dificuldades da construção da União, mas o historiador acostumado a pensar no longo prazo só pode ficar admirado diante da rapidez com que a Europa se constituiu. O processo começou há apenas 50 anos!

Porque você diz que a Turquia não tem vocação para tornar-se um membro da União Europeia?

Qual é o território da Europa? A geografia fez com que ao Norte, à Oeste e ao Sul, a questão fosse facilmente resolvida. Ao contrário, a Leste não há fronteiras claras... Ora, não há espaço político sem uma certa conformidade com a geografia. Essencialmente, a Turquia é uma potência asiática, não europeia. A questão se coloca de maneira diferente para a Rússia, que, cultural e historicamente, faz parte da Europa. Para mim, a Europa acaba no Ural e no Bósforo, mesmo se está claro que a Rússia só entrará na União com seus territórios asiáticos. A questão se resolve parcialmente em 1989, quando a maioria dos territórios não russos da URSS se tornou independente.

No século XVI, podemos dizer que o termo Europa substitui o de cristandade?

As relações entre os dois termos são muito complexas. A cristandade em si só existe a partir dos séculos XI-XII. A noção é desconhecida na Alta Idade Média. Eu não penso, portanto, contrariamente a alguns amigos poloneses, que cristianismo e Europa sejam dois termos sinônimos. Certamente, o cristianismo exerceu um papel central na formação da Europa, assim como na emergência de uma “cidadania europeia”, a razão pela qual eu apoio o projeto de “constituição Giscard”. Eu penso que a Europa só pode funcionar atualmente em duas velocidades, porque ela tem necessidades de “países locomotivas” que fazem avançar, e o projeto giscardiano tem esse mérito de organizar a diversidade dos ritmos de adesão.

E o que pensa desse debate sobre a presença da palavra cristianismo na futura Constituição?

Não penso que seja necessário citar o cristianismo de uma maneira a lesar a primazia da laicidade. A realidade é esta: não podemos construir, atualmente, outra coisa senão uma Europa laica. Por conseguinte, sou hostil a tudo o que seria uma colocação entre parênteses da laicidade e que atrasaria o advento de uma Europa sólida. Ao mesmo tempo, penso que convém lembrar o papel histórico do cristianismo; eu aceitaria inclusive uma fórmula mais clara que aquela sugerida por Giscard. Ater-se aos “ideais religiosos e humanistas” do nosso continente me parece um pouco “fracalhão”. Podemos colocar todos de acordo em reconhecer preto no branco o papel do cristianismo na história da Europa.

A referência deveria ser mais histórica que política?

Exatamente. Para mim, está claro que a Europa nasce entre o século IV e VII, sob o efeito de dois fenômenos consideráveis: o primeiro é a mestiçagem entre os antigos habitantes do Império Romano e aqueles que chamamos tradicionalmente de bárbaros; o segundo é o cristianismo, que foi incontestavelmente o ideal comum de todo o continente. Essa Europa teve muitas oportunidades em sua história. A começar pela herança antiga. Não haveria Europa sem as bibliotecas, sem a presença do saber greco-romano no ensino. Platão, Aristóteles, Cícero, é a Idade Média que os tornou conhecidos e que os instalou no pensamento europeu! A contribuição grega se resume, no plano político, à democracia (mesmo conhecendo os limites da democracia ateniense, que excluía os estrangeiros, os escravos, as mulheres... mas a semente estava plantada) e, no plano do conhecimento, o gosto pela ciência e pelo espírito crítico. Tudo isso, ainda hoje, é muito europeu. A maioria das outras civilizações permaneceu impermeável ao espírito crítico. Da contribuição romana retenho essencialmente o direito. Uma contribuição que a Idade Média vai enriquecer consideravelmente. Ao direito romano eu acrescentaria o direito canônico e o direito consuetudinário, que foi posto por escrito no século XIII.

E a contribuição do cristianismo, qual é?

A laicidade, a separação entre Deus e César que ela introduziu, apesar de muitas hesitações, intolerâncias e retrocessos. É um enorme legado. A este respeito, nós vamos encontrar necessariamente problemas com a inserção do Leste na União da Europa, que ainda é marcado por dois grandes fenômenos: a herança bizantina, com seu detestável césaro-papismo (a fusão entre o trono e o altar), e a terrível experiência do comunismo. Podemos, felizmente, nos perguntar se resta alguma coisa importante de 70 anos de comunismo! A maneira como tudo isso foi varrido em menos de 10 anos não deixa de me surpreender... Outra oportunidade da Europa, aos meus olhos de historiador: a Reforma e a divisão do cristianismo em dois blocos – o conjunto católico e o conjunto protestante.

As Guerras de Religião teriam sido uma coisa boa para a Europa?

Eu não digo isso! Eu simplesmente sublinho os perigos do monoteísmo e de uma religião única. Muito espontaneamente o monoteísmo leva à intolerância.

O cristianismo é um monoteísmo trinitário...

Efetivamente, e isso já é melhor! A Igreja não cessou, bem entendido, de proclamar seu monoteísmo, mas, de acordo com a época, os fiéis se dirigiram mais ao Pai, ao Filho ou ao Espírito. E eu ousaria sugerir que o cristianismo é um monoteísmo de quatro pessoas, quando a Virgem Maria, no Ocidente, ocupou, a partir do século XI, um lugar eminente na oração dos fiéis. Ela adquiriu um estatuto quase divino e a Igreja acabou ratificando esta quase divinização no século XX, com o dogma da Assunção e da Imaculada Conceição. Para mim, esse culto constitui uma outra oportunidade para a Europa, porque ele contribuiu não pouco para a emancipação da mulher, o que não encontramos no judaísmo, nem no islamismo ou no budismo. O livre consentimento dos esposos no casamento constitui uma revolução própria do Ocidente cristão.

Você acha que foi uma oportunidade para a Europa o fato de que o catarismo tenha sido eliminado no século XIII?

Absolutamente, os cátaros eram nossos integristas! Mas isso, evidentemente, não é uma razão para que a Inquisição os massacrasse.

Seguindo o seu raciocínio, a Europa se construiu, por um lado, contra o islamismo. Diante do perigo árabe sob Charles Martel, diante do perigo turco nos séculos XVI e XVII.

É uma característica psicológica bem conhecida: qualquer pessoa se constrói positivamente, mas também negativamente, opondo-se às outras: as crianças contra os pais, etc. A Europa cristã construiu-se, em primeiro lugar, contra o paganismo, depois contra as ameaças do islã. Não podemos, evidentemente, dizer o mesmo do judaísmo, que nunca ameaçou em nada os cristãos. A Idade Média assentou as bases do antissemitismo cristão, especialmente na Espanha sob os reis chamados “católicos”; o cristianismo medieval afirmou-se também contra o judaísmo, de onde veio e do qual quis se libertar.


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