14 Março 2014
Agora está decidido: o novo presidente da Conferência Episcopal Alemã se chama Reinhard Marx, cardeal arcebispo da diocese de Munique-Freising. Assim, Marx tem agora outro cargo importante.
A reportagem é do sítio Domradio.de, 12-03-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Reinhard Marx, 60 anos, cardeal e arcebispo de Munique-Freising, é o novo presidente da Conferência Episcopal Alemã. Na assembleia de primavera em Münster, os bispos o elegeram como sucessor do friburguense Robert Zollitsch, 75 anos. O último arcebispo de Munique a assumir o cargo da presidência foi o cardeal Julius Döpfner (1913-1976), que liderou a conferência de 1965 até sua morte, em 1976.
A escolha como chefe da Conferência Episcopal Alemã estava evidente. Marx lidera um importante arcebispado, é uma pessoa de grande habilidade midiática e política, um especialista de nível internacional e, com a sua nomeação ao Conselho dos Cardeais, tem uma relação próxima com o Papa Francisco. Mas a sua eleição, de fato, não era dada como óbvia.
Uma primeira perplexidade era a seguinte: o que mais ele poderia assumir sobre seus ombros? Não é uma responsabilidade excessiva para uma pessoa só? Apenas no sábado passado, o papa também o nomeou como coordenador da nova autoridade vaticana para a economia. Havia também quem murmurasse que o cardeal com esse nome altissonante não podia apresentar méritos particulares nem como teólogo, nem como pastor.
Os defensores dessas reflexões não se impuseram. E, assim, a eleição em favor desse homem natural da Westfália foi acima de tudo uma decisão por uma presença forte e enérgica em relação ao exterior. O seu talento como moderador de um órgão extremamente heterogêneo de coirmãos, que dão grande valor à sua capacidade de autonomia, também deverá pô-lo à prova.
A presidência da conferência requer forças que faltarão a ele, aos 60 anos e por causa das muitas outras funções. Marx está bem consciente disso. Por isso, a primeira pergunta convincente que se faz a ele é de quais outros cargos ele irá renunciar. Por exemplo, ele também é presidente da Comece, a comissão dos bispos da União Europeia, em Bruxelas, e grão-chanceler da única universidade católica alemã em Eichstätt-Ingolstadt.
O robusto cardeal, fumante, foi o especialista dos temas sociais e econômicos dos bispos alemães. A sua capacidade de formular os conceitos com a máxima precisão fez com que ele se tornasse um procurado interlocutor nos palcos mais diversos, do Fórum Econômico de Davos à Universidade de Oxford. Se quisesse, ele poderia aparecer todas as semanas em um talk-show qualquer.
A sua última entrevista antes da assembleia geral dos bispos em Münster foi concedida ao jornal da esquerda alternativa Taz. Nessa ocasião, ele justificou a crítica ao capitalismo do Papa Francisco.
Marx é uma pessoa que, pela sua natureza, olha para a frente com otimismo. A escolha do sucessor de Bento XVI, à qual ele certamente contribuiu, deu-lhe ainda mais asas. Com ele, anuncia-se uma atmosfera de um novo começo. A tese de que a Igreja continua percorrendo uma curva descendente provavelmente não seria algo de que ele assinaria embaixo.
O cardeal expressou quais tarefas ele considera que os bispos alemães têm em uma entrevista à agência KNA há pouco tempo: eles deveriam refletir sobre o seu compromisso comum em nível nacional. "É importante que estejamos presentes publicamente nas mídias, mas também no mundo da cultura e da ciência, e que possamos intervir reagindo velozmente em um nível qualitativo alto, de modo concentrado, mas também flexível".
A Igreja Católica e sobretudo o próprio Marx deveria ter entendido o que acontece quando os caminhos para se tomar decisões são lentas demais e a competência é delegada a organismos demais com o desastre da Weltbild. A empresa midiática não se tornou insolvente apenas por erros de administração, mas também por falta de decisão dos proprietários. Essa lição custa caro: as dioceses terão que pagar uma soma de centenas de milhões e valeu à Igreja manchetes nada positivas.
Dentro da Igreja, enquanto isso, Marx é inserido entre os reformadores. Isso pode derivar sobretudo da sua atitude livre de compromissos na defesa dos menores e do seu forte impulso em favor de uma solução pelos católicos divorciados em segunda união, que se sentem humilhados pela sua exclusão dos sacramentos. Sobre esse tema, o arcebispo de Munique também já se opôs publicamente ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Ainda não é previsível a qual solução se chegará para esse problema. Porque, enquanto isso, Gerhard Ludwig Müller também se tornou cardeal e goza do favor do papa.
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O cardeal mais procurado na Alemanha - Instituto Humanitas Unisinos - IHU