Por: Jonas | 10 Março 2014
Chegou a bordo de um Ford Focus azul – estilo bergogliano. Ia sentado ao lado do condutor e se baixou sem a ajuda de nenhum colaborador. Pietro Parolin (fonte), secretário de Estado Vaticano, feito cardeal pelo papa Francisco no Consistório de fevereiro, nessa tarde, falou no Congresso que celebrou os 40 anos de vida do Instituto Internacional Jaques Maritain, na Embaixada francesa ante a Santa Sé. Antes de entrar na Villa Bonaparte, o purpurado vêneto parou no jardim para responder algumas perguntas dos jornalistas sobre as questões de atualidade internacional que envolvem a Santa Sé. Começando pela notícia, já desmentida pelo padre Federico Lombardi, do cancelamento da viagem do Papa a Israel, que ocorrerá no próximo mês de maio.
Fonte: http://goo.gl/EYINYB |
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 07-03-2014. A tradução é do Cepat.
“Acredito que tudo procederá como estava previsto: a viagem ocorrerá de acordo com o programa estabelecido”, explicou Parolin. “Não tenho notícias sobre nenhuma mudança, embora essa notícia tenha suscitado algumas preocupações e, digamos, algumas ideias sobre o cancelamento da viagem. Porém a viagem acontecerá, ao menos pelo que sei”.
Como a Santa Sé percebe a situação na Ucrânia e o caso de que surjam divergências entre as diferentes Igrejas cristãs presentes no país?
A Santa Sé espera que nessa situação, que é preocupante como todos apontaram, seja possível falar. Como sempre, nós desejamos que se busquem soluções negociadas. Acredito que na Ucrânia é possível buscar uma solução pela qual cada uma das partes possa salvaguardar seus interesses e, sobretudo, salvaguardando seus interesses, salvaguardar o bem do país e de sua população.
É possível um diálogo entre a Santa Sé e o Patriarcado de Moscou e de todas as Rússias, que, além disso, nesse momento, participa de um encontro intraortodoxo em Constantinopla?
Sim, acredito que também nesse ponto conversarmos e isto é o que nós desejamos. Se é possível levar uma contribuição, inclusive em nível de relações inter-religiosas, em favor do bem dessa população, estamos prontos para agir assim e esperamos que se possa fazer.
Hoje, o Papa recebeu os bispos catalães, em virtude da visita ad limina apostolorum da Conferência Episcopal da Espanha, criando algumas expectativas em Barcelona relacionadas à questão da independência da Catalunha. Qual é a postura da Santa Sé?
A Santa Sé não deve tomar decisões a esse respeito. É uma questão política. Sabemos que dentro da Catalunha há diferentes posições. A Santa Sé deve chamar à prudência, deve chamar aos grandes princípios que são os do bem comum e do respeito de cada um. Dito isso, não creio que a Santa Sé deva entrar no tema específico da questão catalã.
Após essas perguntas, o cardeal Parolin entrou na Villa Bonaparte e foi apresentado por William Sweet, presidente do Instituto Internacional Jacques Maritain e pelo embaixador francês ante a Santa Sé, Bruno Joubert, inaugurando o congresso.
Elogiou o papel que esse instituto realiza e disse que “tem o enorme mérito de ter contribuído para lembrar esse pensamento importante e para difundi-lo em diferentes partes do mundo”. Em seu discurso, o Secretário de Estado ressaltou a importância de “Jacques Maritain para a Igreja e para a sociedade”, além de sua capacidade para oferecer “os instrumentos epistemológicos e éticos para enfrentar os grandes problemas do século XX, na confrontação com a modernidade”. O cardeal Parolin enfatizou a “atualidade” das principais obras do filósofo francês, que ilustrou brevemente: Humanismo integral (1936); Cristianismo e democracia (1945); Os direitos do homem e a lei natural (1945); O homem e o Estado (1951). “Todas essas obras, com bem sabem, contribuíram na preparação do Concílio Vaticano II”.
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Parolin confirma viagem papal a Israel e pede diálogo na Ucrânia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU