Por: Jonas | 07 Fevereiro 2014
“Francisco age com maior liberdade em relação à Cúria”. O porta-voz vaticano, Federico Lombardi, SJ, recebeu o especial Prêmio “Bravo”, oferecido pela Conferência Episcopal Espanhola. Antes, ofereceu uma palestra aos representantes dos meios de comunicação e uma coletiva de imprensa aos jornalistas espanhóis.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 05-02-2014. A tradução é do Cepat.
Aos meios de comunicação, Lombardi não quis adentrar nas polêmicas espanholas, como o desmentido do Núncio ao abade de Montserrat, a sucessão de Rouco ou a reforma do aborto. “A primeira pergunta, devem fazer ao meu amigo José María Gil. Não costumo fazer declarações sobre situações locais, é um princípio de subsidiariedade. Eu falo do Papa e da Santa Sé”.
O porta-voz destacou que “não tenho que mudar as palavras que o Papa disse. Eu estou de acordo com tudo o que Francisco diz. Sua sensibilidade por todos os problemas dos pobres é clara, conhecida, é uma implicação que talvez gere surpresa, mas é importante fazer uma reflexão para se colocar a caminho da solução de problemas”.
Em relação à Bergoglio, o porta-voz vaticano frisou que “aquilo que é novo em Francisco não é a luta pela justiça ou pelos pobres, mas, sim, dizer que nos precisamos identificar e ser solidários com os pobres, participar em sua situação, não falar de fora. Nesse sentido, sua sensibilidade se apresenta aos próprios pobres”. Nesse ponto, Lombardi ressaltou a figura do esmoleiro, que o Papa quis que fosse “jovem, ativo na caridade concreta, enviando-lhe a visitar as pessoas que dormem nos arredores do Vaticano, em seu nome”.
Qual é o segredo do êxito de Francisco? “Destruir as distâncias, ser realmente próximo, próximo de todos. Em especial, com os gestos nas audiências. O tempo que utiliza com os doentes e as crianças, em tocá-los, em estar fisicamente presente, com ternura, é algo que pratica. Eliminou as distâncias. Isso é um carisma”, destacou.
“No primeiro momento, com o pedido para orar por ele, inclinando-se para pedir a bênção do povo... ficou claro que seria um Papa que teria uma relação especial com o povo, sem mediações, nem distâncias”, esclareceu.
Sobre a mensagem de Quaresma: “É preciso distinguir entre pobreza e miséria. Pobreza tem um sentido que pode ser positivo (a pobreza evangélica), e miséria é algo contra a qual todos nós precisamos lutar para libertar as pessoas. E uma qualificação tripla da miséria: material, moral e espiritual”.
Sobre a viagem à Espanha: “Recebo, todos os dias, perguntas sobre diferentes viagens. A única coisa que posso dizer, seguramente, é que há uma viagem organizada e anunciada, que é para a Terra Santa, em três países: Jordânia, Israel e Palestina. Há uma em preparação para Ásia, provavelmente para o mês de agosto, na Jornada Mundial da Juventude asiática, na Coreia. E há contatos para outra viagem às Filipinas, mas não este ano. O Papa falou de uma prioridade da Ásia e da África, porque Bento nunca foi à Ásia. Outras coisas são hipóteses”.
A imagem que se tem da Espanha: “Tenho que ser muito honesto. Não falei da Espanha com o Papa. Não tenho particularidades de informação a fazer sobre isso”.
Como é viver com Francisco? “É muito interessante viver com papas que têm iniciativas diferentes. Este Papa escreve cartas e telefona pessoalmente. É um estilo interessante. Eu não preciso controlar isso, nem dar informação oficial das relações pessoais do Papa. Se são atos ou expressões que tem repercussões públicas, eu preciso lhe pedir. Normalmente, Francisco tem uma dimensão pública. O Papa tem direito a uma dimensão mais pessoal”.
Bento XVI: “A saúde de Bento é maravilhosa. Agora, é maravilhosa porque está verdadeiramente em boas condições. Pude vê-lo em meados de janeiro, em um concerto com seu irmão. Estava em forma esplêndida para sua idade. Não tenho informação de uma autobiografia. Normalmente, escreve, responde cartas, tem colóquios com pessoas que o conhecem... mas não tenho a informação que esteja escrevendo uma autobiografia sistemática”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
“Francisco age com maior liberdade em relação à Cúria”, diz Federico Lombardi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU