07 Fevereiro 2014
A Espanha foi o terceiro país a reprimir a Companhia de Jesus no século XVIII. Desejando evitar a cansativa dança eclesiástica de visitações e legados papais ocorrida em Portugal, e a disputa legal labiríntica na França, os espanhóis se mobilizaram rápida e secretamente, executando uma campanha coordenada de eficiência impiedosa. Há 246 anos, a ira do rei espanhol chegou à Nova Espanha.
A nota é do sítio Jesuit Restoration 1814, 03-02-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Havia mais de 2 mil jesuítas no México, com uma rede ampla de missões e faculdades - frutos do trabalho de gerações de homens dedicados e generosos – e, com o toque de uma pena, os colégios foram esvaziados, e os jesuítas exilados, até mesmo o substancial número de vocações indígenas.
A efetivação do mandato do rei nas províncias da Nova Espanha (incluindo também as Filipinas) caiu nas mãos do Marquês de Croix, o vice-rei. Um homem capaz, com um gosto pela boa comida e bom vinho, a sua adega de vinhos era famosa em toda a Nova Espanha. A sua desenvoltura e astúcia eram notórias e a sua reputação, reforçada com histórias que o haviam seguido desde a Espanha. Convocado diante da inquisição, ele tomou a precaução de levar consigo um pelotão de soldados e 14 canhões. Com seus homens posicionados em torno do edifício inquisitorial, ele deu ordens para que disparassem e demolissem toda a estrutura se mais de 15 minutos decorressem do momento em que ele entrasse no prédio até ele reaparecer de novo. Os inquisidores decidiram prudentemente não prolongar as suas investigações.
As instruções que recebeu do rei eram claras, completas e implacáveis. "Eu o invisto com toda a minha autoridade e poder real para ir imediatamente, acompanhado de uma força armada, às casas dos jesuítas. Você deve prender as pessoas de todas as casas e despachá-las em vinte e quatro horas, como prisioneiras para o porto de Vera Cruz, onde serão embarcadas em navios previstos para esse propósito. No momento de tal prisão, você vai fazer com que sejam selados os registros das referidas casas e os papéis de tais pessoas, sem lhes permitir remover qualquer coisa, exceto os seus livros de oração e as peças de vestuário absolutamente necessárias para a viagem. Se, após o embarque, for encontrado naquele distrito um único jesuíta, mesmo doente ou moribundo, este deve sofrer a pena de morte. Assinado, o Rei". [Bancroft, History of Mexico, vol. III . p . 439].
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3 de fevereiro de 1768. Charles III expulsa os jesuítas do México - Instituto Humanitas Unisinos - IHU