Terra Santa: Bispos católicos pedem pressão internacional contra a construção de um muro no Vale do Cremissan

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31 Janeiro 2014

Projeto de Israel vai implicar que pelo menos 58 famílias cristãs sejam obrigadas a abdicar dos terrenos que garantem a sua subsistência.

A reportagem é publicada pela Agência Ecclesia, 29-01-2014.

Os bispos católicos que integram a Coordenação das Conferências Episcopais para o apoio à Terra Santa lançaram um apelo à comunidade internacional para que defenda os direitos das famílias cristãs em Belém, na Cisjordânia.

Em causa está a construção de um muro ao longo do Vale do Cremissan, por parte do governo de Israel, um caso que já se arrasta desde 2006 e que segundo os prelados, “pode pôr em risco a vida de numerosas famílias”.

Num comunicado difundido através do site do Patriarcado Latino de Jerusalém, os 11 bispos signatários realçam que o projeto vai implicar que “58 famílias cristãs” sejam “obrigadas” a abdicar dos terrenos que garantem a sua subsistência.

Os responsáveis católicos tiveram oportunidade de constatar “a dor e a angústia” das famílias da cidade de Beit Jala durante uma visita recente à Terra Santa.

Comunidades que “estão confrontadas com a ameaça da perda das suas terras e dos seus meios de subsistência”, já que “o traçado previsto para o muro prevê a destruição de vinhas, olivais e de hortas”.

O Estado de Israel justifica a projeção do muro com a necessidade de assegurar a sua segurança e de proteger as suas fronteiras.

No entanto, recorda a Coordenação de Apoio à Terra Santa, “o traçado previsto afasta-se muito da Linha Verde, linha que separa Israel dos territórios ocupados e que foi internacionalmente reconhecida depois da Guerra dos Seis Dias de 1967”.

A construção do muro e as suas respetivas implicações começaram a ser analisadas hoje, numa audiência do Supremo Tribunal de Israel.

Os bispos católicos “exortam os governos internacionais a encorajarem Israel a respeitar o direito internacional e muito particularmente os meios de subsistência destas famílias”, pondo um travão nos processos de expropriação de terrenos e casas.

Um parecer do Tribunal Internacional de Justiça já apontou para a existência de uma “flagrante violação da Convenção de Genebra e da Declaração Universal dos Direitos do Homem”.

Para os responsáveis católicos este tipo de questões só contribuem para reforçar o ambiente de “ressentimento” e de “desconfiança” entre as comunidades dos territórios ocupados e o Estado de Israel, tornado assim “a possibilidade de uma necessária solução cada vez mais improvável”.