Por: Cesar Sanson | 05 Dezembro 2013
A Justiça do Rio condenou a cinco anos de prisão o morador de rua Rafael Braga Vieira, preso em flagrante na madrugada do dia 21 de junho, após a manifestação que reuniu 300 mil pessoas na Avenida Presidente Vargas. Ele estava com “dois frascos contendo substância inflamável com pedaços de pano presos em seu bocal, conhecidos como coquetel-molotov”, como descreve a sentença do juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte.
A reportagem é de Akemi Nitahara e publicada pela Agência Brasil, 04-12-2013.
Rafael foi preso por policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima que o viram entrar com uma mochila em uma loja abandonada em frente à unidade, na Praça 11, e sair com as duas garrafas de plástico na mão. Ele continua preso preventivamente.
Na sentença, o juiz afirma que o réu tinha intenção de provocar um incêndio. “Vale destacar que as circunstâncias em que ocorreu a prisão, ou seja, enquanto ocorria uma enorme manifestação popular, com concentração aproximada de 300 mil pessoas na Avenida Presidente Vargas, conforme amplamente divulgado na mídia, e no mesmo dia em que ocorreu confronto com as forças policiais, deixam claro que o intento do réu não seria outro senão o de proceder ao incêndio de qualquer objeto ou pessoas.”
Naquele dia, a própria delegacia foi atingida por bomba de gás lacrimogêneo lançada pela polícia. O confronto entre policias e manifestantes começou em frente à prefeitura, quando policiais que reforçavam a segurança do prédio começaram a dispersar os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo. Depois disso, houve depredação na Avenida Presidente Vargas.
O juiz registrou que o réu é reincidente, com duas condenações por roubo. A sentença ainda não foi publicada. A defensora pública Enedir Adalberto dos Santos informou, por meio de nota, que a defensoria e o réu “ainda não foram intimados da sentença” e que, após a intimação, “será avaliada a entrada de recurso com vistas à reforma da decisão”.
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Morador de rua preso em protesto é condenado a cinco anos de prisão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU