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Pilatos é o Estado. Aldo Moro, o Nazareno. O cristianismo cético de Leonardo Sciascia

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21 Novembro 2013

Para o escritor siciliano Leonardo Sciascia, a verdade, "seríamos tentados a responder que é a literatura". E mais tarde: "Ah! A verdade é algo que se sente... Cristo não responde a Pilatos quando ele pergunta o que é a verdade... Mas ele sabe que ela existe. Justamente porque Pilatos não o entenderia, talvez porque é o Estado. Mas a verdade existe".

A opinião é do sociólogo italiano Guido Vitiello, professor da Universidade La Sapienza, de Roma, em artigo publicado no caderno La Lettura, do jornal Corriere della Sera, 17-11-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

O que é a verdade? Pergunta insidiosa, tentadora, se até Jesus, durante o interrogatório, valeu-se do direito de não responder. Imagine a encolhida de ombros que deveria ter dado, a despeito de Pilatos, um iluminista cético, cultor de Pirandello e Diderot. Mas, ao contrário, Leonardo Sciascia deu uma resposta no seu Nero su nero: a verdade, "seríamos tentados a responder que é a literatura".

É uma frase que se repete várias vezes no terceiro número de Todomodo, a revista dos Amigos de Leonardo Sciascia, dedicada este ano à religiosidade do escritor siciliano. Um belo quebra-cabeça: Sciascia tinha entre os seus livres de chevet as obras de Giuseppe Rensi, filósofo do absurdo e apologeta do ateísmo, mas confessava um costume quase cotidiano com os Evangelhos. Entre as duas coisas, não via contradição, ao contrário: "Para mim, os livros de Rensi foram uma confirmação do meu ser cristão; e não por acaso eu uso a palavra confirmação: uso-a justamente como sinônimo de crisma".

Assim disse ele na breve palestra "Religiosidade e ateísmo", proferida em fevereiro de 1984 na Universidade de Pádua, da qual a Todomodo publica a transcrição. É quase uma profissão de fé: "Eu me sinto cristão segundo o Evangelho, que eu considero um grande livro. (...) Cristo é um grande personagem para mim". Mas, mesmo assim, é a profissão de um cético, que conhece bem a mutabilidade e a intermitência das verdades, e espera no máximo que mil verdades parciais cheguem a compor uma inteira. Porque, a cada dia, somos "epicuristas se imersos no banho, sofistas diante do espelho, estoicos se nos ensanguentamos fazendo a barba".

Atenas ou Jerusalém, então? Velho dilema, que, no caso de Sciascia, pode ser resolvido retrocedendo um passo para abraçar um panorama mais vasto, como fez nos primeiros séculos cristãos o apologeta Justino. Irão nos aparecer, então, não mais dois princípios abstratos, mas sim dois imputados, Sócrates e Jesus, e descobriremos que a razão dos filósofos e a fé dos profetas estão unidas por um discutível privilégio: o de acabar sob processo.

Que a obsessão de Sciascia pela justiça, nó ao qual todos os outros se entrecruzam, oferece também a chave do seu cristianismo cético? O certo é que, justamente diante de uma sentença de morte, a que os pequenos inquisidores brigadistas emitiram contra Aldo Moro, ele encontrou a sua expressão mais alta. "O caso Moro é acima de tudo um livro religioso", revelou à revista Mondoperaio em dezembro de 1978. Aos seus olhos, o presidente da Democracia Cristã certamente não era Cristo, mas através da forma arquetípica do processo e da condenação ele tinha se impregnado com uma verdade que a literatura tinha a tarefa de destilar, assim como fizera João, "o mais letrado dos evangelistas" (Nero su nero).

Com ainda mais evidências do que no texto do caso Moro, esse odor de epifania quase religiosa é recolhido em certas entrevistas coletadas no já inencontrável La palma va a nord, em que o político democrata-cristão era apresentado como uma figura sacrificial, senão abertamente cristológica ("Aldo Moro morrendo – apesar de todas as suas responsabilidades históricas – adquiriu uma inocência que torna a todos culpados"; "Por assim dizer, ele se despojou da túnica democrata-cristão. O seu cadáver não pertence a ninguém, mas a sua morte coloca a todos nós sob acusação").

Coincidência curiosa, a pergunta de Pilatos voltou também naquela ocasião, pela boca de um entrevistador da Lotta Continua, mas desta vez Sciascia deu uma resposta diferente: "Ah! A verdade é algo que se sente... Cristo não responde a Pilatos quando ele pergunta o que é a verdade... Mas ele sabe que ela existe. Justamente porque Pilatos não o entenderia, talvez porque é o Estado. Mas a verdade existe".

Quid est veritas, então? Não a verdade de um iluminista caçador de superstições, mas também não a verdade redentora dos cristãos. É uma verdade que talvez não salve, mas que deve ser continuamente salva das garras dos seus perseguidores. "A gravura de Goya que se intitula Murió la Verdad [imagem acima] poderia ser a alegoria da República italiana", sugeriu ele em outra entrevista, dada ao jornal de Palermo L'Ora, em março de 1979. Essa gravura em que uma mulher cândida e radiante, a Verdade, está prestes a ser sepultada pelos emissários do poder temporal e espiritual, compacta massa de sombra ao redor do seu cadáver, é o ícone do cristão iluminista Sciascia, que não por acaso a mantinha exposta na sua casa de Noce.

Talvez a imagem de Goya se sobrepunha na sua mente a outra imagem, em que a realidade parece se coagular em alegoria: a foto de Moro no porta-malas do Renault, cercado por carabinieri, fotógrafos e homens do partido.

 


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