Por: André | 12 Novembro 2013
Não bastou que Siv Kristin fosse uma das jornalistas mais prestigiadas e conhecidas da televisão pública norueguesa Nrk. Kristin cometeu um erro: levava ao pescoço uma correntinha com uma cruz enquanto apresentava um telejornal.
A reportagem é de Mauro Pianta e publicada no sítio Vatican Insider, 11-11-2013. A tradução é de André Langer.
De acordo com a direção do canal de televisão, alguns espectadores (sobretudo expoentes da comunidade islâmica local) protestaram energicamente: “Essa correntinha com a cruz ofende o Islã”. “Esse símbolo não garante a imparcialidade do canal”.
O resultado? A âncora já não poderá apresentar-se na tela com essa pequena cruz (de 1,4 centímetro, segundo declarou a própria jornalista).
Um caso que recorda a incrível história de Nadia Eweida, funcionária da British Airways que, depois de sete anos, ganhou a batalha legal. A Corte Europeia dos Direitos Humanos reconheceu, em janeiro deste ano, que a mulher havia sofrido discriminação quando seus superiores a impediram de carregar uma cruz no pescoço enquanto trabalhava.
No caso da cristã copta Eweida, a sentença de Estrasburgo destacava “a importância da liberdade de religião, elemento essencial da identidade dos crentes e fundamento, entre outros, das sociedades democráticas plurais”. Mas, enquanto isso, a Corte advertia sobre alguns casos em que “a prática religiosa de um indivíduo representa uma intrusão nos direitos alheios”. Nestes casos, poderia ser “objeto de restrições”. Quem sabe a correntinha de Kristin entra nesta categoria.
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Âncora que usou cruz durante telejornal foi repreendida na Noruega - Instituto Humanitas Unisinos - IHU