31 Outubro 2013
Quantos cardeais Francisco irá criar e quais serão os critérios que ele irá utilizar para escolhê-los não se sabe. As novidades que Bergoglio introduziu até agora em vários campos induzem a não fazer avaliações arriscadas.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada no jornal Il Messaggero, 30-10-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No entanto, a notícia (divulgada pela agência francófona I-Media) de que nos próximos dias 21 e 22 de fevereiro haverá o primeiro consistório do pontificado já fez surgir milhares de hipóteses. O papa vai confirmar ou não os chefes dos conselhos pontifícios ainda à espera do barrete vermelho, ou deixará assim para facilitar a fusão de tantas estruturas? E ainda: ele vai confirmar a promoção de alguns arcebispos metropolitanos, como no caso de Turim e Veneza, de secular tradição cardinalícia, ou vai reforçar, ao invés, as hipóteses que estão circulando sobre o fato de que, no futuro, na Itália, haverá menos cardeais?
No Vaticano, ouvem-se milhares de vozes autorizadas, embora no momento todas excluem que, na futura lista dos cardeais que será anunciada um pouco antes do dia 22 de fevereiro, haverá uma mulher, porque isso seria uma passagem um pouco ousada e, no fim das contas, de ruptura com a tradição.
No entanto, não vão faltar surpresas, pode-se apostar, e provavelmente relacionadas com figuras forasteiras, personalidades distantes da Cúria e das hierarquias, talvez missionários comprometidos há décadas em regiões do mundo particularmente difíceis. Quem sabe.
Uma coisa, porém, é certa: o próximo consistório vai ajudar o papa a ter um feedback direto sobre as reformas em construção, visto que, naquele período, todos os purpurados do mundo irão a Roma. Será com eles que ele vai discutir pessoalmente sobre os projetos de renovação atualmente sobre a mesa dos oito cardeais, o famoso G8 dos purpurados, nomeado justamente para dar vida a uma atualização da Pastor Bonus, a constituição que governa a Cúria Romana.
Em fevereiro, os postos livres no Colégio dos Cardeais, com relação ao teto dos 120 estabelecido por Paulo VI (aqueles com menos de 80 anos e com o direito de voto no conclave) serão 14. Um número que subirá para 16 no mês seguinte, em março.
Francisco, portanto, terá a oportunidade de dar a púrpura a cardeais eleitores igualmente novos. Atualmente, na Cúria, os prelados que ocupam postos cardinalícios sem ter o barrete e que certamente a terão são três: o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Gerhard Müller, o novo prefeito da Congregação para o Clero, Beniamino Stella, e o novo secretário de Estado, Pietro Parolin.
A mudança
Nos próximos meses se completará – com as confirmações ou com substituições – o organograma de uma Cúria destinada a uma reforma profunda das suas estruturas e da sua organização. Como há muito tempo desejam tantas conferências episcopais desejosas de ter uma maior escuta por parte do governo central de Roma. Um objetivo que o Papa Bergoglio tem bem em mente.
E assim o primeiro consistório de Francisco nos dias 19 e 20 de fevereiro, dois dias antes da criação dos novos cardeais, vai se transformar em uma megaconsulta com todos os purpurados do Colégio Cardinalício. Entre os muitos problemas sobre a mesa, também está o dos abandonos, números consistentes, como apontou o padre Carballo, secretário da Congregação para os Religiosos.
Em 5 anos (2008-2012), 13.123 religiosos e religiosas deixaram a vida religiosa. Soma-se a isso a queda das vocações. Outras dores de cabeça para o Papa Francisco e para o consistório de fevereiro.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
O primeiro consistório de Francisco para mudar a Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU