Por: Jonas | 28 Outubro 2013
O cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga (foto), coordenador do grupo de oito cardeais assessores, estabelecidos pelo papa Francisco, falou numa recente entrevista sobre sua tarefa à frente do órgão encarregado de aconselhar o Santo Padre sobre o governo da Igreja e manifestou que a reforma da Cúria Romana será “um processo longo”.
Fonte: http://goo.gl/5Yg09j |
A reportagem é publicada por Religión Digital, 25-10-2013. A tradução é do Cepat.
O purpurado, arcebispo de Tegucigalpa (Honduras), relatou algumas das funções que desenvolveu no recente encontro com o Pontífice romano, que ocorreu de 1 a 3 de outubro, para depois acompanhá-lo em sua visita apostólica à cidade de Assis. De passagem por Quebec, Canadá, concedeu uma entrevista ao padre Thomas Rosica (CSB), assessor do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais e costumeiro tradutor para o inglês dos anúncios que o padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, realiza.
“Precisa haver um tempo prolongado de debate e de discernimento”, explicou o purpurado sobre a reforma da Cúria, e reiterou: “Não se pode fazer isto em um mês ou dois. Será um longo processo de discussão e discernimento”.
O cardeal hondurenho revelou que no dia 17 de março, quatro dias após sua eleição, Francisco o convidou para almoçar em Santa Marta, para falar-lhe que havia avançado na proposta de um grupo de consulta, segundo haviam acordado nas congregações gerais com os cardeais eleitores e não eleitores (maiores de 80 anos). Ali, comunicou-lhe a intenção de nomeá-lo coordenador.
Na entrevista, o cardeal sustentou que conhece “muito bem” o Papa, desde que era bispo auxiliar em Buenos Aires. “Sempre o admirei como um homem corajoso, especialmente por ter ajudado muita gente a escapar dos crimes da ditadura”. Contou que teve a oportunidade de trabalhar com Bergoglio, muito de perto, na Conferência do Episcopado Latino-Americano em Aparecida, em 2007, quando compartilharam tarefas na comissão redatora do documento. “Passamos horas escrevendo! Não é fácil reunir o parecer de mais de 200 bispos”, brincou.
“Ele tinha tudo em sua mente - acrescentou. Inclusive o nome para a nova secretaria de Estado”. Também relatou que seus companheiros nomeados empreenderam, na sequência, consultas e levantaram relatórios. Destacou o cardeal Francisco Javier Errázuriz, arcebispo emérito de Santiago do Chile, que reuniu “80 páginas de bonitas sugestões” da América Latina. Maradiaga, de sua parte, em fins de setembro, manteve reuniões com a Conferência Episcopal do Canadá.
Como resultado destas e outras consultas, estimou que foram reunidas todas as sugestões “em torno dos grandes temas”, e admitiu a descoberta de que há uma “convergência” sobre muitos dos temas principais. “Pode-se dizer que esta é obra do Espírito Santo, e não nossa”, disse.
A reforma da Cúria Romana modificará a constituição Pastor Bonus. Contudo, apontou que seu trabalho não se limitará a “tomar a constituição e procurar mudá-la” de acordo com as mudanças de contexto de 1989 até agora. “No momento, precisamos escrever algo novo”, deixou entrever.
Francisco manifestou, em outras ocasiões, que tem a intenção de solicitar a opinião dos cardeais sobre outros assuntos. “Antes do conclave – explicou o cardeal -, sugeriu-se que deveria ser gestada uma comissão de cardeais ao redor do mundo que pudesse trazer ao Papa informações que muitas vezes não chegam”.
Equipe assessora
Os oito cardeais que integram a comissão assessora são: Laurent Monswengo Pasinya (República Democrática do Congo), Oswald Gracias (Índia), Reinhard Marx (Alemanha), Francisco Javier Errázuriz (Chile), Sean Patrick O’Malley (Estados Unidos), Giuseppe Bertello (Itália) e Oscar Rodríguez Maradiaga. Um bispo italiano, dom Marcello Semeraro, é o secretário do Grupo.
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“A reforma da Cúria será um processo longo”, afirma Maradiaga - Instituto Humanitas Unisinos - IHU