Por: André | 18 Setembro 2013
A humildade e o amor são características indispensáveis para os que governam, ao passo que os cidadãos, sobretudo se são católicos, não podem não se interessar pela política. Foi o que disse o Papa Francisco na manhã desta segunda-feira na missa na Capela da Casa Santa Marta, na qual também convidou a rezar pelas autoridades.
A reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 16-09-2013. A tradução é de André Langer.
O evangelho do centurião que pede com humildade e confiança a cura do servo, a Carta de São Paulo a Timóteo e seu convite para rezar pelos governantes foram o ponto de partida da reflexão sobre “o serviço das autoridades” de Francisco. Os que governam, afirmou o Papa na homilia que foi publicada pela Rádio Vaticano, “deve amar o seu povo”, porque “um governante que não ama não pode governar; quando muito poderá disciplinar, colocar um pouco de ordem, mas não governar”. O Papa recordou Davi, de como “amava o seu povo”, pois pediu inclusive que o Senhor não castigasse o seu povo pelo pecado do censo, mas que castigasse a ele.
Assim, “as duas virtudes de um governante são o amor pelo povo e a humildade: “Não se pode governar sem amor ao povo e sem humildade! E cada homem, cada mulher que deve se ocupar com um serviço de governo deve se fazer estas duas perguntas: ‘Eu amo o meu povo para servi-lo melhor?’; ‘Sou humilde e escuto a todos os outros, as diferentes opiniões, para escolher o melhor caminho?’. Caso não se coloca estas perguntas, seu governo não será bom. O governante, homem ou mulher, que ama o seu povo é um homem ou uma mulher humilde”.
Fonte: http://bit.ly/18qZpOb |
Por outro lado, São Paulo exortou a elevar orações “por todos os que estão no poder, para que possam levar uma vida tranquila”. Os cidadãos não podem não se interessar pela política: “Ninguém pode dizer: ‘Eu não tenho nada a ver, quem governa são eles...’. Não, não, eu sou responsável pelo seu governo e devo fazer o melhor para que governem bem e devo fazer o melhor participando da política como puder. A política (diz a Doutrina Social da Igreja) é uma das formas mais altas da caridade, porque serve ao bem comum. Eu não posso lavar as minhas mãos. Todos devemos fazer alguma coisa!”.
O Papa observou que existe o costume de falar mal dos governantes e de falar sobre as “coisas que não vão bem”, na televisão, nos jornais... “Sempre contra!” Talvez, prosseguiu, “o governante, sim, é um pecador, como era Davi, mas eu devo colaborar com a minha opinião, com a minha palavra, inclusive com a minha correção”, porque “todos devemos participar do bem comum”. E se “muitas vezes ouvimos que um bom católico não se imiscui na política – destacou –, isto não é verdade, essa não é uma boa atitude”. “Um bom católico – explicou – se imiscui na política, oferecendo o melhor de si, para que o governante possa governar. Mas, o que podemos oferecer aos governantes?”.
“A oração!”, exclamou Bergoglio. “É o que Paulo disse: ‘Reza por todos os homens e pelo rei e por todos os que estão no poder’. ‘Mas, padre, essa é uma má pessoa, tem que ir para o inferno...’. Reza por ele, por ela, para que possa governar bem, para que ame o seu povo, para que sirva o seu povo, para que seja humilde! Um cristão que não reza pelos governantes não é um bom cristão! ‘Mas, padre, como vou rezar por ele? Esta é uma pessoa que não vai...’. Reza por sua conversão! Mas rezar... Não sou eu quem está dizendo isso, mas São Paulo, a Palavra de Deus”.
Então, concluiu Francisco, “demos o melhor de nós, ideias, sugestões, o melhor, mas, sobretudo, o melhor é a oração. Rezemos pelos governantes, para que governem bem, para que levem a nossa pátria, o nosso país, em frente e também o mundo, para que haja paz e bem comum”.
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“O bom católico se imiscui na política”, diz o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU