Papa visita, hoje, centro de refugiados, em Roma

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10 Setembro 2013

Para mais de 10 mil refugiados que vivem em Roma, a 'casa' deles é via degli Astalli 14/A. Lá estão aí os voluntários do Centro Astalli (aproximadamente 400) entre os que servem a comida, que cozinham, médicos e advogados. E, precisamente, na mesa do Centro dos jesuítas para os refugiados que é esperado, hoje, dia 10 de setembro, o Papa, convidado pelo diretor do Centro, padre Giovanni La Manna, jesuíta, por meio de uma carta, em abril.

A reportagem é de G. Galeazzi, jornalista italiano, e publicada no seu blog Oltretevere, 09-09-2013. A tradução é da IHU On-Line.

Depois de Lampedusa, para Francisco será uma outra visita privada aos 'últimos'. Desta vez são homens e mulheres que escaparam de perseguições e guerras em busca de proteção no palácio que se estende entre as ruas de Botteghe Oscure e Palazzo Grazioli. Um lugar essencial e dignitoso que existe desde 1981, sobrevivendo a turistas e políticos que o circundam. Num ano, 21 mil pediram e obtiveram asilo enquanto cada dia 450 pratos de comida são servidos.

Os refugiados vêm, sobretudo, do norte da África, Afganistão, Guiné, Senegal, Líbia, Tunísia. No último mês é boom é de sirianos. Para além do portão verde eles encontram um prato de comida, uma ducha, remédios, assistência psicológica já que em cada três refugiados, um foi vítima de tortura.

Todos têm necessidade de um endereço, pois sem o qual não podem requerer o asilo. Assim, via degli Astalli 14/A torna-se a sua casa, uma gigantesca caixa de correio onde chegam por anos cartas e documentos (em 2011 foram 19.500). Muitos custam até poderem sair. Outros permanecem como voluntários. É o caso de um refugiado da Algéria ou de um curdo-iraqueno. Todos repetem que ninguém mais do que um refugiado sabe como se sente um fantasma estranho da imigração. "A primeira coisa que um refugiado pede é ser reconhecido como pessoa, depois é preciso compreender porque ele fugiu", explica padre Giovanni La Manna, que é o diretor do Centro, nestes últimos dez anos. Foi ele que escreveu para Bergoglio convidando-o para uma visita ao Centro Astalli. O papa lhe telefonou aceitando o convite. Ele está contente mas não considera a visita como algo anômola: "No fundo é mais um pedacinho do caminho iniciado em Lampedusa".

Na mesa do Centro Astalli não se recorda de nenhum pontífice, com exceção de João Paulo II, que encontrou alguns refugiados na Igreja del Gesù. Francisco atravessará o portão verde.

Nota da IHU On-Line: Hoje, 10-09-2013, Giovanni La Manna, diretor do Centro Astalli, escreve no seu twitter:

Condivido com vocês a grande alegria que vivo ao saber que hoje Papa Francisco estará no Centro Astalli para encontrar os refugidos/as"