07 Setembro 2013
"Levante-se forte em toda a terra o grito de paz". É o que pediu na manhã dessa quarta-feira o Papa Francisco ao término da audiência geral. O pontífice dirigiu uma saudação às populações do Oriente Médio, pedindo que os fiéis cristãos, os representantes de outras fés e todos os "homens de boa vontade" se unam do dia de jejum e de oração pela Síria, convocado para este sábado na Praça de São Pedro.
A reportagem é de Paolo Rodari, publicada no jornal La Repubblica, 05-09-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
E, no rastro do papa, os bispos católicos dos Estados Unidos, pela voz do cardeal arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, pediram que "os católicos no Congresso votem 'não' na intervenção na Síria". Uma intervenção prevista, a de Dolan, para dissipar qualquer dúvida sobre qual posição o episcopado norte-americano tomaria.
Nessa quarta-feira, na Praça de São Pedro, havia 100 mil pessoas ouvindo Francisco, mas no sábado estão previstas muitas mais. As adesões também chegaram dos muçulmanos da União das Comunidades Islâmicas da Itália e dos das Filipinas. Além do Grão-Mufti da Síria, Ahmad Badreddin Hassou, também expressaram o desejo de estar presentes na Praça de São Pedro os budistas italianos do Instituto Sonia Gakkai e inúmeras personalidades e comunidades religiosas.
Também estará a ministra para a Integração, Cecile Kyenge, que avisa via Twitter: "Jejuarei para construir juntos com vocês e com Francisco uma paz para além dos confins e das fronteiras". Kyenge estava nessa quarta-feira em visita à mesquita de Roma, juntamente com o deputado do Partido Democrático, Khalid Chaouki, que contou como os líderes da mesquita disseram que a iniciativa do papa "dá um sinal de esperança de paz, e compartilharam o apelo e a mensagem". E ainda: os líderes religiosos "apreciaram a obra do ministro e o clima que se criou com o Papa Francisco".
Também adere à iniciativa o neossenador vitalício, o arquiteto Renzo Piano, que declara: "Eu sou pacifista e para defender a paz não me fio às ideologias, muito menos ao orgulho nacional. Normalmente, nem mesmo às religiões, mas este é um caso diferente: porque a iniciativa do Papa Francisco fala uma linguagem laica".
Ao apelo do papa se une Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, que diz: "A guerra civil, com mais de 100 mil mortos e 2 milhões de deslocados, é um imenso drama humano. Compartilho plenamente a preocupação do Santo Padre e me unirei idealmente às muitas pessoas que estarão na Praça de São Pedro neste sábado para invocar a paz na Síria".
Enquanto isso, um pedido urgente para "deter a guerra na Síria e reabrir as negociações" foi dirigida aos líderes do G20 que se reúnem em São Petersburgo pela Comunidade de Santo Egídio pela voz de Andrea Riccardi. "Acreditamos que é necessário intervir com decisão para levar todos os atores pelo caminho da solução negociada", disse Riccardi.