Por: Jonas | 19 Julho 2013
Falta menos de uma semana para a primeira viagem internacional do papa Francisco. Pela primeira vez após sua eleição ao pontificado, o Papa argentino voltará para sua América Latina (de 22 a 29 de julho), motivado pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro.
Fonte: http://goo.gl/DCK5X |
A reportagem é de Alessandro Speciale, publicada no sítio Vatican Insider, 17-07-2013. A tradução é do Cepat.
Durante a viagem, o Papa não usará o papamóvel blindado como seus predecessores. Seguindo o estilo que o caracteriza, Francisco quer o contato direto com o maior número de pessoas possível. Para os deslocamentos na cidade do Rio de Janeiro, onde passará a maior parte do tempo, usará um veículo normal ou o jipe aberto que usa durante as audiências gerais das quartas-feiras. “É uma decisão do Papa - apontou o porta-voz do Vaticano, o padre Lombardi -, em conformidade com tudo o que faz nas audiências na Praça São Pedro. Sente-se melhor na comunicação com o ambiente que o circunda”.
De qualquer forma, não há nenhum motivo de alvoroço particular pela segurança do Papa, nem sequer depois das enormes manifestações de protesto que sacudiram o Brasil nas últimas semanas. No momento, os organizadores não receberam nenhuma indicação particular a esse respeito. “Vamos com serenidade e sabemos que estas manifestações não tem nada de específico contra o Papa ou a Igreja, e com absoluta confiança nas capacidades das autoridades brasileiras para dar conta da situação”, disse Lombardi.
“Se precisar fazer mudanças [ao programa da viagem], as autoridades indicarão, uma vez que, no momento, não está previsto nenhum encontro com os representantes dos protestos”. Segundo o porta-voz vaticano, “todos entenderão que a mensagem do Papa é uma mensagem de solidariedade para com toda a sociedade, que pede vida pacífica e desenvolvimento adequado para todos”.
Da mesma forma, não há no horizonte nenhum encontro com as vítimas dos pedófilos da Igreja. “Encontros assim - explicou Lombardi - acontecem em lugares onde o problema é forte e são solicitados pelos bispos com situações complicadas. Sempre quando vieram estas solicitações, o Papa aceitou. Contudo, neste caso não houve nenhum pedido”.
Francisco também introduziu outra mudança na tradição das viagens papais. Durante a longa viagem ao Rio de Janeiro, não realizará a coletiva de imprensa no avião com as perguntas dos jornalistas selecionados e apresentadas pelo padre Lombardi. “O Papa - explicou o porta-voz vaticano - disse-me que quer fazer um encontro diferente com os jornalistas na viagem. O Papa se reunirá com cada jornalista e falará com cada um deles”. “Será, com toda segurança – acrescentou o jesuíta Lombardi – um belo encontro, amplo e cordial, mas não com a fórmula de perguntas e respostas”.
Embora ainda não exista nada oficial, na primeira JMJ do papa Bergoglio haverá muitos chefes de Estado latino-americanos que foram convidados pela presidente brasileira Dilma Rousseff. Muitos deles, independente disso, já se reuniram com o Papa nestes meses, em Roma, recordou Lombardi.
No mais, o programa será o mesmo (em linhas gerais) do que havia sido decidido com Bento XVI, embora, explicou Lombardi, foi, “digamos, intensificado e enriquecido com eventos ulteriores”. O Papa pediu que fossem acrescentados alguns elementos como a visita à favela, ao hospital e a peregrinação ao santuário mariano de Aparecida.
Neste mesmo local, Bergoglio se encarregou da redação da mensagem do encontro com os bispos latino-americanos, em 2007. Segundo Lombardi, “é um documento que tem grande importância para o Papa. Cada vez que um bispo latino-americano vem vê-lo, ele oferece este documento e sugere que o mesmo seja lido durante o retorno”.
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Francisco herda a viagem de Bento XVI para o Rio de Janeiro, mas haverá novidades - Instituto Humanitas Unisinos - IHU