17 Julho 2013
O papa Francisco que se cuide. Se depender dos movimentos sociais, protestos vão marcar sua passagem pelo Rio durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontece de 23 a 28 de julho. De "beijaços" a marchas, uma série de ações estão sendo programadas para criticar posições da Igreja Católica nesse período.
A reportagem é publicada pelo portal da revista Exame, 16-07-2013.
Previsto para acontecer durante discurso do papa no evento, o "beijaço" LGBT já conta com a adesão de cerca de 250 pessoas no Facebook. De acordo com os organizadores, a troca de beijos coletiva entre pessoas do mesmo sexo será uma crítica "à crescente homofobia e fundamentalismo religioso" no país.
Além desse protesto, mais dois eventos podem atrapalhar a JMJ. Denominado "Papa, veja como somos tratados", um dos protestos está marcado para acontecer no dia 26, às 17h, em Copacabana. No mesmo dia, uma encenação da Via Sacra e uma vigília serão realizadas no bairro da zona sul.
No dia 27, é a vez da Marcha das Vadias tomar às ruas de Copacabana a partir das 14h. Porém, o protesto a beira-mar não deve afetar a programação do dia da JMJ, concentrada em Guaratiba (zona oeste).
Antes mesmo do começo da jornada, protestos simultâneos em 14 cidades vão criticar posicionamentos conservadores da Igreja no domingo, dia 21, véspera da chegada do papa ao país.
"Como os espaços no Rio ficarão bastante controlados, optamos por descentralizar nossas ações", explicou Regina Jurkewicz, do grupo Católicas pelo Direito de Decidir. A organização coordena a série de manifestações em favor de medidas como o fim do celibato, a entrada da mulher no sacerdócio e a revisão da moral sexual da Igreja Católica – entre outros pontos.
Segundo documento divulgado pela Abin, os protestos estão entre as principais fontes de ameaça durante a JMJ.
Segurança preocupa
Se os manifestantes já estão se organizando, o mesmo não se pode dizer dos responsáveis pela segurança. Procurada, a Polícia Militar do Rio informou que não tem um esquema especial planejado para o encontro religioso. De acordo com o site do JMJ, a PM será responsável por cuidar da parte de trânsito e proteção aos pontos turísticos. Outras instituições terão atribuições diferentes, como a Polícia Federal (proteção ao papa) e a Polícia Rodoviária Federal (deslocamentos do pontíficie).
Entretanto, religiosos e autoridades estão confiantes em relação ao sucesso da jornada. "Vamos ter aqui a melhor Jornada Mundial da Juventude", afirmou recentemente José Mariano Beltrame, secretário de segurança do Rio. "Pessoalmente, estou muito confiante”, revelou em outra ocasião Stanislaw Rilko, cardeal polonês envolvido na organização do evento.
Cerca de 2 milhões de fiéis devem participar dos seis dias de atividades da JMJ. A movimentação promete alterar a dinâmica dos aeroportos, que esperam aumento de 58% no número de passageiros – entre outros reflexos.
Em junho, o país passou pela maior onda de manifestações em 20 anos, justamente durante outro grande evento internacional: a Copa das Confederações. Desde então, os ânimos seguem exaltados no Rio – onde um protesto com cerca de 200 pessoas terminou em confusão na madrugada do último domingo.
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Os protestos que podem estragar a festa do Papa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU