17 Julho 2013
A uma semana da Jornada Mundial da Juventude, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vê as manifestações nas ruas como a maior "fonte de ameaça" à visita do papa Francisco, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro. Apesar do monitoramento, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general-de-Exército José Elito Siqueira, acredita que os protestos não serão um "problema" para o evento.
A reportagem é de Rafael Moraes Moura e Dida Sampaio e publicada pela Agência Estado, 16-07-2013.
O alerta foi mostrado nesta terça-feira, 16, em um painel de informações disposto em uma sala do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), dentro da própria Abin, em Brasília, durante visita do ministro Elito às instalações. O GSI convidou jornalistas para acompanhar a visita.
No painel dedicado ao Rio de Janeiro, por exemplo, aparecem as seguintes "fontes de ameaça": incidentes de trânsito, crime organizado, organizações terroristas, movimentos reivindicatórios, grupos de pressão e criminalidade comum. São três os níveis de alerta: verde (baixa possibilidade de incidentes), laranja (média possibilidade) e vermelho (alta possibilidade).
O maior nível de preocupação é o dos chamados "grupos de pressão". "Diante das ações dessa fonte percebidas no País nos últimos meses associadas às ações internacionais relacionadas a grandes eventos desse teor, considerou-se tendência de manifestação positiva durante o evento", informava o painel às 10h52 desta terça-feira.
No Rio, aparecem com níveis de alerta laranja os "movimentos reivindicatórios" e a "criminalidade comum". Sobre o primeiro, o painel informava que, "apesar de iniciativas de caminhoneiros, médicos e sindicatos variados promovendo manifestações/greves nas últimas semanas, não há subsídio suficiente para estabelecer tendência para esta fonte de ameaça". Sobre a criminalidade, o painel comunica que, "segundo os dados estatísticos, os índices de criminalidade desta região estão de acordo com a normalidade".
Segundo o Broadcast apurou, o protesto de categorias - como de centrais sindicais, caminhoneiros e médicos - se enquadra dentro dos "movimentos reivindicatórios", enquanto a Abin considera como "grupos de pressão" manifestações difusas, sem uma causa específica.
O painel é abastecido por informações diariamente, a cada hora, e atualizado sempre que chega uma informação nova, explica o diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência da Abin, Carlos Ataídes.
Sobre o crime organizado, a Abin considera que, no histórico de organizações criminosas no Rio de Janeiro, "inexistem registros de ações objetivando atingir diretamente a realização de eventos". Quanto a organizações terroristas, o painel informa que, "diante da ausência de indicativos de que essa fonte irá se manifestar durante o evento, sua tendência de atuação foi avaliada como negativa".
São Paulo
A Abin lista três fontes de ameaça em Aparecida (SP), que também receberá a visita do papa Francisco: grupos de pressão (alerta verde), organizações terroristas (verde) e movimentos reivindicatórios (laranja).
"Não há indício, até o momento, de manifestações na região do Santuário de Nossa Senhora Aparecida", informava o painel às 10h52 desta terça-feira.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Abin foca protestos como maior ameaça à visita do papa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU