Paradeiro do "homem mais procurado do mundo" ainda é desconhecido

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14 Junho 2013

Então, onde foi parar aquele que o jornal anglófono de Hong Kong, o "South China Morning Post", chamou na sua capa de terça-feira (11) de "o homem mais procurado do mundo"? Na entrevista gravada em vídeo que ele concedeu ao "The Guardian", Edward Snowden, o denunciante americano que estremeceu a NSA (agência de segurança nacional, em inglês), havia dados indícios suficientes para que a imprensa o rastreasse, o que logo aconteceu em um hotel de Tsim Sha Tsui (no lado de Kowloon, em frente à ilha de Hong Kong).

A reportagem é de Florence De Changy, publicada no jornal Le Monde e reproduzida pelo portal Portal Uol, 13-06-2013.

Mas o turista americano de sobrenome Snowden havia deixado o local na mesma manhã. E a pista esfriou. Mas um dos jornalistas que o entrevistou, Ewen MacAskill, afirmou à CNN que Snowden ainda estava na ex-colônia britânica.

Por ora, o homem não está sendo procurado pela polícia de Hong Kong. Ele entrou legalmente no país e, até o momento, não é considerado culpado de nenhum crime, nem aqui nem em outro lugar. Como teoricamente ele tem liberdade de circulação, ele pode simplesmente decidir ir para outro lugar, algum país "que acredite na liberdade de expressão", como ele afirmou.

Mas se ele decidir permanecer em Hong Kong, suas opções são limitadas. Sua escolha, que lisonjeou os cidadãos da região, sendo que alguns deles consideravam manifestar seu apoio ao convidado invisível, até que surpreendeu os chineses que acreditam que o monitoramento é bem pior no país deles.

Se o apego às liberdades fundamentais é inegável entre a população de Hong Kong, a atitude do governo, fortemente sujeito a Pequim, é bem mais ambígua. Em um comunicado publicado na segunda-feira, o clube dos correspondentes estrangeiros em Hong Kong, o FCC, considerou que esse caso iria "colocar à prova o comprometimento do governo da região administrativa especial [Hong Kong] em defender a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa".
Pedido de extradição dos Estados Unidos

Em menos de uma hora de trem ou de balsa, Edward Snowden poderia facilmente chegar até a China, só que com um visto, ou até Macau, onde se entra livremente sendo um turista americano. Mas a reação de Pequim é imprevisível quanto a esse caso. Edward Snowden também pode esperar que os Estados Unidos formulem um pedido de extradição contra ele, o que não demoraria…

Em virtude de um tratado bilateral, que entrou em vigor em 1998 e já foi utilizado em diversas ocasiões, Hong Kong teria "a obrigação", segundo a ex-ministra da Segurança, Regina Ip, de entregá-lo para os Estados Unidos.

No entanto, ele teria argumentos a destacar, sobretudo o caráter político de seu gesto, que pode invalidar o pedido de extradição. O procedimento também exige que o crime que é alvo de acusação nos Estados Unidos também exista em Hong Kong, o que não é necessariamente o caso.

Na verdade, aqui o célebre "artigo 23" da mini-Constituição que trata justamente de casos de traição e sedição, nunca foi votado diante de uma oposição maciça da opinião pública. Talvez Ed Snowden possa ser beneficiado por esse detalhe técnico. Se ele tiver de ser extraditado, diversas instâncias de justiça seriam solicitadas e essas iniciativas levariam longos meses. Os melhores advogados da cidade se declararam dispostos a intervir.

Tampouco se descarta que seu destino já esteja decidido. Na entrevista gravada, o analista de sistemas foragido considerava ser capturado "a qualquer momento" pela CIA ou mesmo que gangues locais tivessem sido encarregadas de cuidar dele. Entretanto, essa última hipótese rocambolesca não mereceu a atenção dos habitantes de Hong Kong, que acreditam em seu Estado de direito.