Por: Jonas | 29 Mai 2013
Uma Legião para Francisco. Em fins de 2013 será convocado um capítulo geral no qual serão eleitos os novos superiores dos Legionários de Cristo e serão aprovadas as novas constituições. Esta manhã, o Papa recebeu, em audiência particular, o cardeal Velasio De Paolis, presidente emérito da Prefeitura de Assuntos Econômicos e delegado pontifício para os Legionários de Cristo, desde 2010 (com plenos poderes, conferidos por Bento XVI, para marcar uma clara ruptura com o governo anterior da Congregação fundada e guiada, até 2005, pelo mexicano Marcial Maciel Degollado).
A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada no sítio Vatican Insider, 27-05-2013. A tradução é do Cepat.
O comissário papal De Paolis pediu, há alguns dias, uma oportunidade para expor ao Papa a reestruturação da ordem religiosa, que se viu atropelada pelos escândalos de seu fundador Maciel Degollado. Esta manhã, o Pontífice escutou a detalhada relação do purpurado e se informou sobre as próximas etapas de “purificação” na Legião de Cristo e no Regnum Christi, seu ramo leigo. Em julho, terminará o mandato de três anos, indicado por Bento XVI, para que De Paolis realizasse a “reforma”. De Paolis expôs para Bergoglio quais serão os próximos passos: as constituições e o capítulo do qual sairá o novo governo dos Legionários de Cristo. O cardeal, além disso, explicou quais foram os problemas que surgiram durante estes três anos.
Desde 2012, De Paolis exonerou os superiores que foram nomeados por Maciel, que até a morte de João Paulo II pôde gozar da proteção de seus colaboradores, exceto de Joseph Ratzinger, o único que não aceitou as conspícuas ofertas de dinheiro que chegavam à Cúria.
Após ser eleito como novo Papa, em 2005, o cardeal bávaro pôde finalmente colocar em marcha o processo e punir (a partir de 2006) o corrupto fundador dos Legionários e, sobretudo, promover sua purificação. Antes que termine 2013, estarão prontas as constituições que regularão a vida da Legião e será anunciado o capítulo. Uma vez aprovado o texto das constituições e o novo organograma dos Legionários, De Paolis entregará o mandato ao Pontífice. “Pelo caminho algumas partes se perderam - dizem na Cúria -, mas era inevitável. A situação era tão grave que, por fim, as perdas foram pequenas: a maior parte dos 1200 sacerdotes da Legião confirmou sua fidelidade e sua vocação”. Além destes sacerdotes, há 40.000 leigos dos três graus do Regnum Christi, especialmente comprometidos no apostolado em âmbito universitário, e os consagrados (700 mulheres e uma centena de homens).
O papel da Legião será repensado em relação a enorme galáxia do Regnum Christi, segundo apontou De Paolis ao primeiro Pontífice latino-americano da história, que se mostrou particularmente interessado numa realidade eclesial importante, que, justamente, tem uma grande influência na América Latina. A redefinição do quadro de comando é um dos frutos da operação de limpeza que o purpurado realizou, o mesmo que nomeou, na cúpula da Legião, o brasileiro Deomar De Guedes Vaz.
“A congregação religiosa precisou enfrentar um momento muito difícil de sua história”, sublinhou De Paolis. Uma história “Marcada pelo pecado, pelo desânimo, pela desconsolação e a humilhação”. Ao Vatican Insider, o purpurado disse: “Quase todos os sacerdotes, apesar de ser atacados de todas as partes (como disse São Paulo), prosseguiram e não perderam o ânimo e nem a perseverança na própria vocação. A ‘pars destruens’ se acabou, agora a ‘construens’ dará ao papa Francisco e à Igreja universal uma realidade forte e vital, enriquecida pelo papel do Regnum Christi”.
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A nova Legião de Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU