Por: André | 11 Mai 2013
O Patriarca dos coptas Tawadros II chegou a Roma nesta quinta-feira. E, como demonstra uma fotografia divulgada pelo sítio BlogCopte.fr, teve imediatamente um encontro para saudar o Papa Francisco, antes da esperada audiência que aconteceu nesta sexta-feira no Vaticano. O Papa copta chegou a Roma às 13h – horário local – e foi recebido no aeroporto pelos bispos coptas de Roma, Barnaba, e de Milão, Kyrillos, além do embaixador egípcio na Itália.
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| Fonte: http://goo.gl/DIcuG |
A reportagem é de Giorgio Bernardelli e publicada no sítio Vatican Insider, 09-05-2013. A tradução é do Cepat.
Esta primeira viagem internacional do guia da Igreja copta suscitou muito interesse, pois a comunidade copta representa a mais importante do ponto de vista numérico de todo o Oriente Médio. Além de Roma, Tawadros II visitará também as cidades de Milão e Turim, para reunir-se com as comunidades coptas.
Trata-se da segunda viagem de um Papa copta ao Vaticano e se dá 40 anos depois do único precedente, quando Shenouda III (exatamente no dia 10 de maio de 1973) se reuniu com Paulo VI. A viagem a Roma tem um enorme significado ecumênico: não é nenhuma casualidade que a nota divulgada na quarta-feira pela Sala de Imprensa do Vaticano indicasse que o Papa copta também se reunirá com o Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos e com outros dicastérios da Cúria romana. Além disso, se indicava que na sexta-feira pela manhã [ontem], depois da audiência, Tawadros II e o Papa Francisco rezarão juntos.
Esta visita também será uma ocasião para lançar um olhar sobre a situação dos cristãos no Egito, ainda difícil apesar de passados dois anos da “primavera árabe”. O encontro, é preciso recordar, acontece poucas semanas depois do clamoroso episódio de violência na Catedral de São Marcos, no Cairo (perpetrado por alguns fundamentalistas islâmicos durante o funeral das vítimas cristãs de um precedente enfrentamento inter-religioso). Eleito em novembro passado, Tawadros II, de 61 anos, está enfrentando com muito equilíbrio esta dificílima situação: faz ressoar sua voz para defender os direitos dos cristãos, mas ao mesmo tempo é muito cuidadoso e não contribui para piorar a situação.
Justamente por este motivo não se deve esperar pronunciamentos clamorosos sobre a situação política egípcia durante o encontro de amanhã [ontem]. O jornal egípcio Watani citou, na quinta-feira, palavras muito claras de um dos colaboradores do Patriarca dos coptas: “Tawadros está convencido de que os problemas dos coptas são uma questão interna do Egito e que é preciso enfrentá-los como tais”, diz a reportagem. São palavras que têm como objetivo aliviar a tensão, assim como os gestos na direção da universidade islâmica de Al-Azhar (o grande centro teológico sunita do Cairo).
Também vale a pena destacar o “apêndice” milanês da viagem de Tawadros II: o Papa copta estará na capital da região italiana da Lombardia na terça-feira, 14, e, além de se reunir com a comunidade copta de Milão se encontrará com o cardeal arcebispo Angelo Scola. O encontro acontecerá pouco tempo antes de outro evento muito importante: a visita do Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, que estará em Milão nos dias 15 e 16 de maio para participar das celebrações dos 1.700 anos do Edito de Constantino. Uma coincidência imprevista que converterá a diocese ambrosiana na encruzilhada ecumênica entre o Oriente e o Ocidente.
