07 Abril 2013
Houve uma grande notícia e uma pequena notícia no Vaticano nessa sexta-feira, 5 de abril. A grande notícia conquistou as manchetes: o Papa Francisco disse ao chefe da congregação doutrinal do Vaticano que ele deveria "agir decisivamente" com relação aos casos de abuso sexual por padres, "continuando na linha desejada por Bento XVI".
A reportagem é de John Thavis, publicada no seu blog pessoal, 05-06- 2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Isso deve ser feito "promovendo, acima de tudo, as medidas de proteção dos menores, a ajuda daqueles que no passado sofreram tais violências, os devidos procedimentos com relação aos culpados, o empenho das Conferências Episcopais na formulação e na implementação das diretrizes necessárias nesse campo tão importante para o testemunho da Igreja e a sua credibilidade".
"O Santo Padre assegurou que as vítimas de abuso estão presentes de modo particular na sua atenção e na sua oração pelos sofredores".
Eu não tenho certeza do que tudo isso significa. A primeira coisa a notar é que a informação veio em um comunicado da Congregação doutrinal após a audiência papal. A segunda coisa é a sua defesa ao papa emérito Bento XVI e ao tratamento dado por ele aos casos de abuso.
Mais especificamente, a referência ao "empenho" por parte das Conferências Episcopais para "formular e implementar" as diretrizes necessárias toca um serviço inacabado. Em 2011, a Congregação doutrinal emitiu uma carta circular que exigia cada Conferência Episcopal do mundo desenvolvesse diretrizes sobre o tratamento a ser dado a denúncias de abuso. Seria interessante ver um relatório sobre o progresso desse projeto.
A pequena notícia
A notícia menor do Vaticano veio, como de costume, na homilia do Papa Francisco na missa da manhã de sexta-feira na casa de hóspedes do Vaticano.
O tema do dia era o nome de Jesus. O papa contou uma história dos seus dias como arcebispo de Buenos Aires:
"Um homem humilde trabalha na cúria de Buenos Aires. Ele trabalhou lá por 30 anos, ele é pai de oito filhos. Antes de sair para fazer as coisas que ele deve fazer, ele sempre diz 'Jesus!'. E uma vez eu lhe perguntei: 'Por que você sempre diz 'Jesus'?'. 'Quando eu digo 'Jesus' – esse homem humilde me disse – eu me sinto forte, eu sinto que eu posso trabalhar e eu sei que Ele está comigo, que Ele me mantém seguro'".
O papa continuou: "Esse homem nunca estudou teologia. Ele só tem a graça do batismo e o poder do Espírito. E esse testemunho me fez muito bem, porque ele nos lembra que, neste mundo que nos oferece tantos salvadores, é apenas o nome de Jesus que salva".
O Papa Francisco continuou dizendo que, "a fim de resolver os seus problemas, muitas pessoas recorrem a videntes e a cartas de tarô. Mas só Jesus salva, e devemos testemunhar isso! Ele é o Uno".
Eu acho essas homilias matinais fascinantes, uma espécie de mini-Magistério. Elas não fazem parte realmente dos pronunciamentos oficiais do papa, mas felizmente a Rádio do Vaticano está lá para informar sobre elas.
Outro dia, o papa falou sobre o quão importante era resistir à tentação da queixa constante diante das decepções da vida. Alguns dias antes, ele falou sobre o poder destrutivo da fofoca.
Espero que alguém esteja transcrevendo esses sermões. Eles estão sempre ligados às leituras do dia e parecem projetados a fornecer alimento para o pensamento em um nível muito acessível. Frequentemente, eles enfatizam como os pastores podem aprender com as pessoas que nunca tiveram uma formação teológica formal.
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O ''mini-Magistério'' do Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU