22 Fevereiro 2013
Lembrando o proveitoso esforço para decifrar o genoma humano no início do século 21, o governo de Barack Obama vai anunciar um programa de 10 anos que procurará examinar o complexo funcionamento do cérebro humano, até agora muito pouco conhecido. Esse anúncio se soma ao realizado no mês passado pela União Europeia, que selecionou o cérebro como objetivo de um dos dois projetos principais de pesquisa em tecnologias emergentes e futuras para a próxima década.
A reportagem é de Malen Ruiz de Elvira, publicada pelo jornal El País e reproduzida pelo Portal Uol, 21-02-2013.
Em ambos os casos se trata mais de uma proposta pouco concreta do que um verdadeiro programa de pesquisa. A Europa pretende gastar 1 bilhão de euros nesses trabalhos, mas por enquanto está destinando somente 54 milhões de euros, além de uma quantia maior dada pela Suíça, antes do próximo programa de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, Horizonte 2020, que começará em 2014, e da desejada colaboração da iniciativa privada.
No caso dos Estados Unidos, o projeto, ainda sem uma verba designada, provavelmente fará parte da proposta de orçamento do presidente no próximo mês, segundo o "The New York Times". O nome provisório é Mapa da Atividade Cerebral, e seria financiado pelos Institutos Nacionais da Saúde, dirigidos por Francis Collins, ex-diretor do Projeto Genoma Humano público. "Cada dólar que investimos no mapeamento do genoma humano representou uma receita de US$ 140 em nossa economia, cada dólar", assegurou Obama em seu último discurso sobre o Estado da União."Atualmente nossos cientistas estão mapeando o cérebro humano para encontrar respostas para o Mal de Alzheimer. Estão desenvolvendo medicamentos para regenerar órgãos danificados, novos materiais para fabricar baterias 10 vezes mais potentes. Agora é o momento de apoiar esses investimentos que criam postos de trabalho na ciência e na inovação".
Já a Comissão Europeia escolheu um projeto polêmico, Cérebro Humano – a ser coordenado por Henry Markram, um cientista sul-africano estabelecido na Suíça, que promoveu o programa Blue Brain – do qual participarão 80 instituições europeias. Seu objetivo é reunir todo o conhecimento sobre o cérebro para reconstituí-lo, peça por peça, em modelos e simulações baseados na supercomputação. Segundo a comissão, o modelo oferece a possibilidade de conhecer de forma distinta o cérebro humano e suas enfermidades, e de desenvolver tecnologias de computação e robótica totalmente novas.
Um ano atrás a revista "Nature" já revelava o desacordo de boa parte da comunidade neurocientífica quanto a esse enfoque, mas Markram conseguiu levá-lo adiante e garante que facilitará a integração e a colaboração da neurociência europeia.
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EUA e UE travam corrida para destrinchar o funcionamento do cérebro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU