Expansão do biocombustível pode elevar mortes por poluição, diz estudo

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Por: Cesar Sanson | 08 Janeiro 2013

Uma pesquisa realizada pela Universidade Lancaster, no Reino Unido, em conjunto com o Instituto de Tecnologia Karlsruhe, na Alemanha, avalia que a expansão recente de áreas agrícolas para produzir biocombustível, como o milho e a beterraba, no caso da Europa, podem prejudicar a agricultura e causar uma série de impactos negativos, como a elevação no número de mortes causadas por poluição.

A reportagem é do sítio Globo Natureza, 07-01-2013.

Os pesquisadores calculam que, se houver expansão nas áreas agrícolas para produzir biocombustível na Europa, a poluição por ozônio no nível do solo também deve crescer, elevando em 1.365 o número de mortos por ano devido à poluição. O valor significa um crescimento de 6% com relação ao número atual, de 22 mil mortes por ano no continente.

O estudo foi publicado no site da renomada revista Nature Climate Change, neste domingo (6). O cientista Nick Hewitt, um dos autores da pesquisa, criou modelos matemáticos para estimar o crescimento da poluição por ozônio em nível do solo como resultado da expansão da produção para o biodiesel, e averiguou também os impactos na saúde populacional.

O ozônio, apesar de formar a camada protetora contra raios ultravioleta do Sol, em regiões mais altas da atmosfera, quando está no nível do solo age como um poluente. Em geral o gás é emitido por automóveis e pela indústria, e a exposição prolongada ao ozônio pode causar redução das funções pulmonares, inflamação nas vias respiratórias e elevar as chances de doenças cardiovasculares.

Isoprene

Os pesquisadores afirmam que a maioria das plantas cultivadas para biocombustível emite isoprene, uma das principais substâncias capazes de produzir ozônio entre as geradas pela vegetação.

Em sua estimativa, o estudo prevê que a área cultivada para biodiesel deve crescer 33% em 20 anos na Europa, considerando as áreas disponíveis no continente para esta prática agrícola. Caso esta expansão ocorra, a emissão de isoprene vai subir cerca de 40%, e, com isso, a emissão de ozônio também vai crescer. O número de mortes atribuídas à poluição pelo gás também deve aumentar 6% com relação ao valor atual, de 22 mil pessoas mortas, conforme  informado anteriormente.

O custo "colateral" por conta da expansão de biocombustível deve ficar em torno de US$ 7,1 bilhões, estimam os pequisadores. Os cientistas afirmam que as políticas de redução das emissões por combustíveis fósseis são positivas, mas que é preciso ponderar nos efeitos da substituição por biocombustível. Antes que o biodiesel seja produzido em larga escala, é preciso levar em conta os impactos negativos, junto com a questão da queda nas emissões de carbono, avalia o estudo.