Humanidade vive a Era do Lixo

Mais Lidos

  • Ur-Diakonia: para uma desconstrução do anacronismo sacerdotal e a restauração do 'homo diaconalis' na igreja. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • O comum: a relação de uso e a inapropiabilidade da natureza. Artigo de Castor M. M. Bartolomé Ruiz

    LER MAIS
  • De quintal a jardim de horrores: América Latina no centro da Doutrina Donroe. Destaques da Semana no IHUCast

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

20 Dezembro 2012

Com o descarte de 30 bilhões de toneladas de resíduo por ano, o lixo assumiu o contorno de uma calamidade civilizatória. O Brasil aparece no rol de um dos grandes geradores mundiais de lixo, aponta o consultor ambiental Maurício Waldman.

Em entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU, Waldman lembrou o geógrafo francês Jean Gottman, que definiu o atual período de Era do Lixo. "Essa é a primeira vez na história que os resíduos passaram a ocupar um nexo central nas preocupações humana", diz Waldman.

A informação é publicada pela Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 20-12-2012.

Os três segmentos que mais produzem descartes, responsáveis por cerca de 91% da geração do lixo do planeta, são a pecuária, a mineração e a agricultura. Os rejeitos residenciais respondem a apenas 2,5% do total, mas, segundo o consultor ambiental, é processualmente o mais importante de todos.

"Isso porque tudo ou quase tudo que se produz no mundo acaba descartado no saquinho que colocamos na calçada ou na lixeira do prédio", explica. A professora Annie Leonard, da Universidade de Carnell, nos EUA, destaca que para cada saquinho de lixo colocado na calçada existem outros 60 sacos de lixo descartados no processo de produção.

O problema deixa de ser apenas econômico, mas é um assunto "pavimentado por injunções sociais, políticas e culturais", assinala Waldman.

De 1991 a 2000, a população brasileira cresceu 15,6%, mas, no período, o descarte de lixo aumentou 49%. Em 2009, o Brasil teve um crescimento populacional de 1% e a produção de lixo, no mesmo tempo, aumentou 6%.

A metrópole de São Paulo é o terceiro polo gerador de lixo entre as capitais mundiais, perdendo apenas para Nova Iorque e Tóquio. No entanto, a pauliceia é a 11a ou 12a economia metropolitana do planeta, o que significa que paulistas geram muito mais lixo do que seria admissível.

Em termos de Brasil, o país abriga 3,06% da população mundial e gera 3,5% do Produto Interno Bruto global, mas gera, segundo estimativas, 5,5% do total mundial dos resíduos sólidos urbanos.

Como é impossível existir uma sociedade sem resíduos, o problema do lixo pode, contudo, "ser mitigado com o concurso de procedimentos inteligentes e práticas ambientalmente corretas", aponta o consulto ambiental e professor universitário. Ele defende a adoção, urgente, dos quatro "Rs" e nesta ordem: repensar, reduzir, reutilizar e reciclar.

"Em tempo", alerta Waldman, "precisamos acima de tudo repensar o conjunto da sociedade contemporânea"

Veja também: A era do lixo. Revista IHU On-Line, no. 410