Rejeição de mulheres para o episcopado provoca crise na Igreja da Inglaterra

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: Jonas | 27 Novembro 2012

Representantes anglicanos e políticos pediram para que a Igreja da Inglaterra revise suas normas, com o intuito de permitir a ordenação de mulheres para o bispado, após terem sido rejeitadas, mesmo contando com um apoio majoritário.

A reportagem é publicada no sítio Religión Digital, 24-11-2012. A tradução é do Cepat.

A ministra britânica de Cultura e Igualdade, Maria Miller, e o ex-arcebispo da Cantuária, George Carey, solicitaram uma reforma urgente nas políticas internas da Igreja da Inglaterra.

Numa entrevista ao jornal “The Guardian”, a ministra disse que era “insólito” e “muito decepcionante” que o Sínodo anglicano tenha rejeitado a ordenação de bispas e pediu para que o processo seja revisado com urgência, uma vez que não está de acordo com a postura majoritária de seus membros.

Na última terça-feira, mesmo com 75% do Sínodo se manifestando em favor do ingresso das mulheres no episcopado, a proposta foi rejeitada por não contar com dois terços dos votos das três câmaras do aparato legislativo da Igreja da Inglaterra.

Ao mesmo tempo em que o apoio à ordenação de mulheres, entre os bispos e o clero, superou amplamente o número exigido, na câmara dos leigos não se alcançou a porcentagem necessária por apenas seis votos.

“Acredito que a Igreja precisa responder algumas perguntas, como se é justa a maneira em que funciona seu sistema e se o mesmo reflete a visão de seus membros”, assegurou Miller.

A ministra conservadora apontou que, mesmo estando claro que depende da Igreja da Inglaterra a maneira em que se estrutura, espera “que tenham escutado, alto e claro, a dimensão da reação, e que atuem rapidamente”.

Lord Carey, que foi arcebispo da Cantuária de 1991 a 2002, quando a Igreja da Inglaterra aprovou a ordenação de mulheres para o sacerdócio, também pediu uma mudança nas normas de votação e qualificou a rejeição da proposta como “espantosa”. Numa entrevista publicada no “The Times”, o religioso apostou em acelerar o processo que permitiria uma nova votação, já que com a regulamentação atual não poderia acontecer novamente até 2019.

“Há 19 anos que contamos com mulheres no clero. Estão fazendo um trabalho maravilhoso e deveriam ter a sua oportunidade agora. É o momento de avançar e ordenar mulheres para o episcopado. Onde há vontade, há um caminho”, explicou o clérigo anglicano.

Segundo o “The Guardian”, Justin Welby, que assumirá o cargo de arcebispo da Cantuária em janeiro, apoia a realização de uma reunião com a Câmara dos Lordes e Comuns para debater a crise da Inglaterra.