Por: Jonas | 21 Setembro 2012
O chanceler paraguaio Félix Fernández Estigarribia (foto), disse que o enviado espanhol Jesús Gracia demonstrou sua inquietude sobre a presença de Federico Franco na próxima Cúpula Ibero-americana.
A reportagem é publicada pelo jornal Página/12, 19-09-2012. A tradução é do Cepat.
A Espanha deixou entrever que a intervenção do Paraguai na XXII Cúpula Ibero-Americana de presidentes, programada para novembro em Cádiz, ainda está para ser vista. O governante Partido Popular sustentou que é prematuro e inapropriado especular sobre a participação do país latino-americano, nesse evento. Por sua parte, mediante um comunicado, a embaixada em Assunção informou que “a participação do Paraguai nesta reunião será objeto de conversações”, que o presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, manterá com o mandatário do Paraguai, Federico Franco, na próxima semana, em Nova York. O chanceler paraguaio, Félix Fernández Estigarribia, disse ontem, à radioemissora Primeiro de Março, que o secretário de Estado de Cooperação Internacional e para Ibero-América, Jesús Gracia, demonstrou a inquietude de seu governo sobre a presença do Paraguai nessa reunião.
“Gracia me disse que muitas vezes a importância de uma reunião não se mede pelos resultados, mas pelos assistentes”, relatou o chanceler Fernández Estigarribia, em alusão ao fato de que a presença de Franco pudesse motivar a ausência de outros presidentes da região. Coincidindo com expressões do próprio paraguaio, a representação diplomática espanhola afirmou que, em sua recente visita a Assunção, Gracia abordou numerosos aspectos da “extensa e frutífera agenda bilateral”, bem como sobre o estado de preparação da Cúpula Ibero-Americana. Nos dias 12 e 13 deste mês, Gracia esteve em Assunção “na linha das excelentes relações que ambos os países mantém e em todo momento teve um caráter público”, esclareceu a Embaixada da Espanha num comunicado.
É sabido que os mandatários da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e os presidentes do Mercado Comum do Sul (Mercosul) manifestaram com contundência sua rejeição ao golpe de Estado institucional, sofrido pelo ex-presidente Fernando Lugo. De fato, o Paraguai está suspenso dos dois blocos regionais desde fins de junho passado. Segundo apareceu na imprensa local, o governo espanhol teria tentado dissuadir o sucessor de Lugo, Federico Franco, da ideia de participar da reunião, uma vez que sua presença sofreria a resistência de vários países da região. De acordo com reportagens de jornais paraguaios e a agência “Prensa Latina”, Gracia teria pedido ao presidente para que não participe da reunião. Segundo informação, antecipada também pelo jornal “El País”, de Madri, mas não confirmada por nenhuma fonte oficial, a presença de Gracia no Paraguai foi tratada com o maior hermetismo. “A visita do ministro espanhol foi para tratar dos assuntos da agenda bilateral, dentro dos quais estava a realização da Cúpula em Cádiz”, disse Fernández Estigarribia.
Faz algum tempo que o assunto preocupa, do outro lado do oceano. O ministro de Assuntos Exteriores e de Cooperação da Espanha, José Manuel García-Margalho, adiantou, em meados de julho, que não seria bom que o Paraguai participe da reunião por causa da complexa situação política no país. “Se a situação não melhorar, é provável que o Paraguai não possa participar da Cúpula de Cádiz; é uma situação que acredito que é melhor para Paraguai, melhor para a Espanha, como país organizador, e melhor para o conjunto de países que vão participar”, disse García-Margallo numa coletiva de imprensa realizada em Lima, Peru.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
A insatifsfação do governo espanhol com Federico Franco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU