17 Setembro 2012
Cerca de 350 mil fiéis escutaram ontem, em Beirute, o apelo do papa Bento XVI por paz no Oriente Médio, sobretudo na Síria. Encerrada ontem, a viagem de três dias do pontífice ao Líbano ocorre enquanto protestos contra o Ocidente varrem o mundo islâmico e a tragédia síria aproxima-se da cifra de 30 mil mortos em 18 meses de violência.
"Por que tanto horror? Por que tantos mortos?", questionou Bento XVI de um altar montado em uma região de Beirute marcada por combates sectários na guerra civil libanesa (1975-1990). Na plateia, fiéis de várias partes do Oriente Médio escutavam o papa de 85 anos, que resistia bem ao calor mediterrâneo.
A notícia é publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 17-09-2012.
"As primeiras vítimas são mulheres e crianças", lamentou o papa, lembrando que o povo libanês "conhece muito bem a desgraça do conflito e o choro de viúvas e órfãos".
Em seus três dias de viagem ao Líbano, o pontífice em nenhum momento mencionou o filme Inocência dos Muçulmanos, produzido nos EUA, estopim para a onda de protestos contra alvos ocidentais no mundo islâmico e até mesmo na Europa. Ontem, momentos após ele deixar o Líbano com destino ao Vaticano, o grupo xiita libanês Hezbollah emitiu um comunicado convocando seus seguidores a saírem às ruas contra o vídeo que ridiculariza o profeta Maomé.
Cristãos
Bento XVI pediu respeito às religiões, em meio a crescentes temores de que a situação de cristãos no mundo árabe se deteriore com a emergência de governos radicais islâmicos em países como o Egito, ou de violência inter-religiosa em regiões como a Síria.
"Faço um apelo aos países árabes para que, como irmãos, possam propor soluções viáveis, respeitando a dignidade, os direitos e a religião de cada ser humano", afirmou. "Em um mundo onde a violência constantemente deixa seu funesto rastro de morte e destruição, servir à justiça e à paz é urgentemente necessário", completou Bento XVI.
Antes de embarcar no aeroporto de Beirute, o papa agradeceu especialmente aos líderes muçulmanos que acompanharam sua visita. Ele afirmou que a ajuda dos religiosos islâmicos "contribuiu para o sucesso da viagem". "O mundo árabe e todo o mundo viram cristãos e muçulmanos unidos, neste conturbado momento, para celebrar a paz", agradeceu.
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Papa deixa Líbano com apelo à paz diante de 350 mil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU