Líbano. Pedido ao Papa para que a Palestina seja reconhecida pela Santa Sé

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Por: Jonas | 11 Setembro 2012

Líder de uma comunidade da diáspora, com 1,3 milhão de fiéis, o Patriarca greco-católico melquita de Damasco, Gregório III Laham (foto), é um homem especialmente entusiasta e simpático, além de um dos maiores apoiadores da causa palestina. Poucas horas depois da chegada de Bento XVI a Beirute, no dia 14 de setembro, será ele mesmo o primeiro dos patriarcas que o receberá em sua Igreja, a Basílica de São Paulo em Harissa, para assinar a Exortação Apostólica Pós-Sinodal sobre o Oriente Médio.

A reportagem é publicada pelo sítio Vatican Insider, 10-09-2012. A tradução é do Cepat.

Talvez por equívoco, o discurso de boas-vindas escrito pelo Patriarca greco-católico foi publicado no sítio oficial da visita papal (www.lbpapalvisit.com). No texto, após as calorosas saudações, o Patriarca pede ao Papa o reconhecimento, pela Santa Sé, do Estado palestino: “um ato valente de igualdade, de justiça e de verdade”, com o qual o Vaticano se tornaria um “pioneiro da justiça mundial” para “incentivar os demais Estados europeus a reconhecer a soberania do Estado palestino”. O Patriarca escreveu que um pronunciamento papal, neste sentido, seria “um precioso presente” para o mundo árabe, tanto cristão como mulçumano, para uma verdadeira “primavera árabe”, ou seja: um “dom para a paz na Terra Santa, no Oriente Médio e no mundo inteiro”.

A postura do Patriarca é bastante conhecida, mas a presença de um pedido explícito ao Papa não se enquadra com o protocolo diplomático, que poderia dar à viagem uma forte conotação política, exatamente o contrário daquilo que Bento XVI tem em mente. Por outro lado, a postura da Santa Sé é diferente. Pede, sobretudo, que a comunidade internacional seja a que dê o primeiro passo. Em setembro de 2011, da tribuna das Nações Unidas, em Nova York, o líder da diplomacia vaticana, tinha pedido “decisões valentes”. Dom Dominique Mamberti, secretário para as relações do Vaticano com a ONU, havia dito que esperava “que os órgãos competentes das Nações Unidas tomem uma decisão que ajude a dar uma concreta realização ao objetivo final, ou seja, a realização do direito dos palestinos de ter um Estado próprio, independente e soberano, e do direito dos israelenses à segurança, e com as fronteiras entre os dois Estados reconhecidas internacionalmente”.

A publicação deste discurso na rede criou certo embaraço em Roma. “Esta é a postura pessoal do Patriarca”, disse uma fonte vaticana e explicou que o discurso não deveria ter sido publicado antes da viagem. Porém, há algumas horas, já não existe nenhum documento na seção dos discursos, no sítio referente à visita do Papa, e é muito provável que Gregório III Laham não pronuncie o mesmo discurso.