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18 Agosto 2012

O Ebola atinge a Uganda. O último foco de febre hemorrágica já causou a morte de 16 pessoas nos últimos dois meses no distrito de Kibaale, a pouco mais de 200 quilômetros da capital, Kampala. "Assim que as autoridades denunciaram o surto dessa nova epidemia, se espalhou o pânico entre as pessoas. Até na Igreja tivemos que proibir o aperto de mão no sinal da paz, para evitar riscos de contágio". A Ir. Annette Kyaligonza coordena as intervenções de saúde da Diocese de Hoima, que abrange as áreas afetadas pelo vírus.

A reportagem é de Davide Demichelis, publicada no sítio Vatican Insider, 16-08-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O vírus Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, entre o sul do Sudão e o norte do Zaire, hoje República Democrática do Congo. A febre hemorrágica que ele provoca é mortal em 70% dos casos. O vírus parece ser transmitido por contato direto com o sangue, fluidos ou mesmo apenas pelas roupas íntimas usadas por pessoas infectadas. Parece que os primeiros portadores da doença são os animais selvagens: macacos, antílopes e morcegos. A origem e a propagação do Ebola ainda não foram esclarecidas, mas o certo é que não há curas nem vacinas para combater o vírus.

Hoje, as pessoas infectadas com Ebola no distrito de Kibaale são cerca de 60, e muitas ainda estão em isolamento no hospital de Kagadi. A primeira vítima foi uma jovem de 16 anos. Ela morreu no dia 12 de junho, uma semana depois da internação. Ela havia entrado na floresta para realizar algumas pesquisas. O Ministério da Saúde da Uganda, a Organização Mundial da Saúde e algumas ONGs intervieram intervieram em auxílio da população.

"Nós tentamos sensibilizar acima de tudo o pessoal médico que trabalha nas clínicas e nos pequenos centros de saúde da periferia. São eles que tem o primeiro contato com os doentes". A Ir. Annette assinala que, mais do que os cuidados, é importante a informação: "Até aqueles que cuidam são marginalizados, por medo de que ainda possa espalhar a doença. Estamos sensibilizando a população para fazer com que essas pessoas possam voltar às suas comunidades de origem". Foi ativado um número de telefone, uma rádio e várias equipes de pessoal especializado que visitam as famílias.

Infelizmente, a prudência nunca é demais, admite a Ir. Annette: "Uma enfermeira do centro de saúde de Muhorro foi infectada por um paciente. Agora, ela está internada no hospital em Kagadi. Parece que as suas condições estão melhorando". O Ebola já atingiu a Uganda outras duas vezes, em 2000 e 2007, causando cerca de 200 mortos. Em ambos os casos, a crise se prolongou por dois ou três meses.