“Bento XVI sonhava em ser o bibliotecário do Vaticano”

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Por: André | 11 Agosto 2012

Após ter passado toda uma vida à frente do dicastério da Doutrina da Fé e antes de ser eleito Papa, Joseph Ratzinger “tinha um sonho: converter-se no bibliotecário da Santa Romana Igreja”. Era o sonho lógico de um intelectual que ama os livros. A revelação é do arcebispo francês Jean-Louis Bruguès, ex-secretário da Congregação para a Educação Católica, que desde 26 de junho passado, substituiu neste posto o cardeal Raffaele Farina.

A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 10-08-2012. A tradução é do Cepat.

O novo bibliotecário explica que o Papa pretende tornar realidade um sonho “mediante a minha pessoa”, mas “não me disse como”, e “meu compromisso, por enquanto, é tratar de entender como poderia levá-lo a cabo”.

Para dom Bruguès, o sonho de Bento XVI está relacionado à sua capacidade catequética. “Quando se vê a riqueza e a potência das catequeses do Papa, não se pode não imaginar que este homem, tão propenso à catequese, não tenha pensado em um vínculo direto com a Biblioteca”.

O novo bibliotecário concebe a Biblioteca do Vaticano como uma “quilha de uma nave que não se vê”: só os especialistas “a conhecem, a entendem, reconhecem a quantidade de trabalho que se desenvolve na Biblioteca, assim como nos Arquivos”.

E acrescenta: “São justamente estas instituições que permitem à nave da Igreja flutuar e avançar. Se não existisse a quilha, a nave estaria à mercê de ventos doutrinais de todo tipo ou das modas”.

O fato é que, como destacou Bruguès, “a Igreja é a instituição mais antiga da humanidade. É mais velha que as universidades, que as cidades e que os sistemas políticos. E, assim, sua memória não é apenas própria, mas de uma boa parte da humanidade”.

E “a memória é a condição da identidade e, consequentemente, do futuro. Quem perde a memória, perde a possibilidade de se orientar. A memória é a condição de qualquer progresso social”.

Talvez por isso, o prelado vaticano conclua: “A Biblioteca Apostólica e o Arquivo Secreto Vaticano deverão ser considerados como as joias da coroa da Igreja”.