Por: Cesar Sanson | 13 Julho 2012
Dados divulgados ontem à noite pelo governo da China mostram que a segunda maior economia do mundo, atrás apenas da dos EUA, registrou crescimento de 7,6% no segundo trimestre de 2012.
A reportagem é do jornal Folha de S.Paulo, 13-07-2012.
Embora grande para padrões sul-americanos -a título de comparação, o PIB do Brasil subiu só 0,2% no primeiro trimestre deste ano-, o crescimento chinês é o mais baixo registrado em três anos, desde o período imediatamente posterior à crise que colheu o mundo em 2008.
Nos primeiros três meses de 2012, o PIB da China havia subido 8,1%. Embora já previsto por economistas, o resultado do país asiático entre abril e junho reaviva os temores de que, num cenário já afetado pela crise europeia, a economia global seja puxada ainda mais para baixo. Depois de crescer 14% em 2007, antes da crise mundial, o PIB chinês registrou aumento na casa dos 9% em 2009 e retornou aos dois dígitos de alta em 2010 (10,4%). A partir dessa época, Pequim adotou por dois anos medidas para conter o superaquecimento econômico e a inflação.
No entanto, com a queda da demanda global neste ano, o governo da China foi obrigado a mudar a direção de sua política econômica. Recentemente, o país promoveu dois cortes na sua taxa de juros, para tentar estimular o crédito e o consumo internos. Analistas esperam que esse corte nos juros surta efeito no segundo semestre; por enquanto, não houve reflexos no consumo doméstico.
Efeito Brasil
Dados divulgados na terça já mostravam que o comércio exterior chinês reduzira seu ritmo: em junho, o crescimento das importações caiu à metade, para 6,3%, e o aumento das exportações ficou em 11,3% também menor que o verificado em maio (15,3%). A queda da demanda chinesa deve afetar diretamente economias como a do Brasil, que tem atualmente na China o maior parceiro comercial e exporta para o país asiático principalmente minério de ferro e outras commodities.
Considerando o primeiro semestre de 2012, os números mostram que o maior recuo nas exportações da China foi justamente para os países europeus mais afetados pela crise -as vendas à Itália, por exemplo, desabaram 24,2%.
As importações do Brasil, por sua vez, subiram 15,2% no mesmo período -mas há o medo de que a demanda pare de crescer devido ao fim do boom de construção na China, que exigia matérias-primas como o minério de ferro.
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Crescimento chinês desacelera e reaviva temor de crise maior - Instituto Humanitas Unisinos - IHU