Por: Jonas | 23 Mai 2012
A proposta da chanceler Ângela Merkel, de um referendo sobre o euro, teve sua primeira consequência: colocar a campanha eleitoral grega de cabeça para baixo. Além de radicalizar ainda mais os que insistem, desde antes da eleição do dia 6 de maio, na necessidade em suavizar a política econômica imposta pela “troika” em troca do resgate econômico.
A reportagem é de M. A. Sánchez-Vallejo, publicada no jornal El País, 19-05-2012. A tradução é do Cepat.
Na quinta-feira, a Nova Democracia (ND – centro-direita) apareceu em primeiro lugar numa pesquisa de intenção de voto, seguida pelo Syriza (Coalizão de Esquerda Radical). Porém, desde que emergiu a petição de Merkel – que confirma em seu próximo número o semanário alemão Der Spiegel -, outras sondagens colocam na ponta o Syriza, que exige uma renegociação dos termos de ajuda. Em outras amostras, o Syriza e a ND estão quase empatados. Em pesquisa pela Metron Analysis a diferença é de só um ponto entre os dois partidos; pela MRB, a ND (20,1%) tem ínfima vantagem sobre o Syriza (19,6%). Este quase empate técnico não pressagia coisa boa para o próximo Parlamento, que deverá ser constituído no dia 28 de junho, pois ninguém conquistaria uma maioria capaz de formar um governo e se repetiria, numa versão ajustada e ampliada, o atual marasmo.
O eleitorado grego está reagindo emocionalmente à situação deteriorada pela crise, se vê, agora, entre a espada e a parede diante da insistência alemã (e da UE) para que se pronuncie claramente sobre o seu desejo de continuar na zona do euro. Se há duas semanas os gregos votaram com raiva, Poe causa dos sacrifícios econômicos, agora o fator medo – que estava ausente – entrou em cena.
A caça de votos para o dia 17 de junho é frenética. A direita se apruma e o partido de Dora Bakoyanis (que ficou com 2,6% dos votos, no dia 6) está a ponto de se reintegrar com a Nova Democracia, partido que deixou em 2010. Na esquerda, os movimentos em favor da Syriza começou pela coalizão Antarsya (esquerda revolucionária), que estuda pedir voto para a formação dirigida por Alexis Tsipras.
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Da raiva ao medo. O caso do eleitorado grego - Instituto Humanitas Unisinos - IHU