29 Março 2012
A taxa de desemprego calculada em sete regiões metropolitanas na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada em parceria pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) subiu para 10,1% em fevereiro, frente a 9,5% em janeiro. Em fevereiro de 2011, a taxa foi de 10,5%. Esse movimento de janeiro para fevereiro é considerado normal, já que muitos trabalhadores temporários ainda estão sendo desligados e há um ajuste no mercado de trabalho.
A reportagem é de Carlos Giffoni e publicada pelo jornal Valor, 29-03-2012.
Enquanto houve um aumento no número de desempregados, entre os empregados o rendimento médio real caiu 2,2% em janeiro. A divulgação dos números de renda é feita com um mês de defasagem em relação ao nível de emprego.
Além da questão sazonal, o desemprego maior em fevereiro foi creditado à relativa estabilidade da população economicamente ativa (PEA) em fevereiro, esse sim um fator menos comum nesta época. No mês, a PEA cresceu em 30 mil pessoas, enquanto o número de vagas disponíveis (ocupação) caiu 107 mil, totalizando um aumento de 137 mil desempregados no mercado de trabalho.
"A PEA não tem diminuído como normalmente acontece no início do ano. O desemprego seria menor se as pessoas tivessem se retirado do mercado, mas a população está confiante quanto a conseguir um emprego", disse Alexandre Loloian, coordenador de pesquisa do Seade.
De acordo com a PED, havia 2,248 milhões de desempregados nas sete regiões metropolitanas pesquisadas em fevereiro, de uma PEA total de 22,3 milhões de pessoas. Apesar de o nível de ocupação ter caído 0,5% na comparação com janeiro, o índice cresceu 2,5% na comparação com igual mês em 2011. Para efeito de comparação, em janeiro de 2012, o nível de ocupação era 2,4% maior que no mesmo período do ano passado.
O reajuste real de 7,5% do salário mínimo em janeiro não teve impacto no rendimento médio real dos ocupados calculado na PED de fevereiro. O valor médio recebido pelos ocupados nas sete regiões metropolitanas foi de R$ 1.443 em janeiro, 2,2% menor que o registrado em dezembro do ano passado.
A elevação do salário mínimo não teve impacto no quesito renda média, já que tem pouca influência na região metropolitana de São Paulo, que é a que mais pesa na PED. "Seu impacto é maior nas demais regiões", explica Loloian.
A economista do Dieese Patrícia Costa ressalta a importância do comportamento da inflação na remuneração neste ano. "As categorias estão conseguindo obter ganhos reais. Espera-se que as principais negociações consigam ganhos reais ainda maiores, com a inflação em queda em 2012."
Na comparação com janeiro do ano passado, o rendimento real médio dos ocupados caiu 1,7% e a massa de rendimentos reais dos ocupados subiu 0,5%. Na pesquisa anterior o rendimento real médio dos ocupados era 0,4% maior do que em dezembro de 2010, o que mostra uma forte desaceleração na comparação anual.
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Alta de desemprego reflete ajuste no mercado, diz Dieese - Instituto Humanitas Unisinos - IHU