Comércio mundial de armas cresce 24% nos últimos cinco anos

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Por: Jonas | 21 Março 2012

O comércio mundial de armas convencionais aumentou 24%, de 2007 a 2011, comparado ao quinquênio anterior, segundo informação divulgada pelo Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI).

A reportagem é do sítio Rebelión, 20-03-2012. A tradução é do Cepat.

Os Estados Unidos mantêm sua hegemonia mundial como principal exportador, enquanto a Índia foi o país que mais comprou armamento nesse quinquênio, seguida por outros quatro países asiáticos. Os cinco maiores exportadores mundiais – Estados Unidos, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido – monopolizaram 75% das vendas totais, de 2007 a 2011.

As exportações de armamento dos Estados Unidos, que representam 30% em nível mundial, também subiram 24% nesse quinquênio em relação ao anterior, sendo a Coreia do Sul, Austrália e Emirados Árabes Unidos os seus melhores clientes. Por regiões, Ásia e Oceania receberam 45% das exportações estadunidenses, seguidas pelo Oriente Médio (27%) e pela Europa (18%).

A aviação constituiu 16% das exportações dos Estados Unidos, entre 2007 e 2011. Ele protagonizou, com a Arábia Saudita, a principal operação de vendas de armas de 2011, e das últimas duas décadas: a compra, por este país asiático, de 84 caças F-15SG e a reconstrução de outros 70 já existentes.

A Rússia, que vendeu 12% a mais e monopoliza quase uma quarta parte do total mundial, teve a Índia como sua melhor cliente; enquanto que a Alemanha, que desbancou a França do terceiro posto, vendeu 37% a mais, tendo a Grécia como principal destinatária.

A Índia mantém a liderança mundial em importações nesse último quinquênio, com 10%, seguida pela Coreia do Sul (6%), Paquistão (5%), China (5%) e Singapura (4%). “Os principais importadores asiáticos buscam desenvolver sua própria indústria de armas e diminuir sua dependência do fornecimento externo”, assinalou Pieter Wezeman, pesquisador do SIPRI.

O caso mais notório é o da China, principal importador mundial, entre 2002 e 2006, e agora o quarto. Nesse último quinquênio, ela aumentou suas exportações em 95%, até tornar-se o sexto principal vendedor de armas do mundo, mesmo que seja devido, sobretudo, aos vários contratos com o Paquistão.

O relatório do SIPRI destaca, além disso, “aumentos significativos” no comércio de armas em áreas como o leste e o norte da África, o sudeste Asiático e o sul do Cáucaso, e que os principais exportadores continuam fornecendo armas a países que são afetados pela chamada “Primavera Árabe”.

Assim, os Estados Unidos são o principal fornecedor da Tunísia e Egito, e a Rússia, da Síria, que aumentou suas importações em 580% entre os dois últimos quinquênios.

“O comércio de armas com países afetados pela “Primavera Árabe” provocou debate público e parlamentar em vários países fornecedores. No entanto, o impacto desses debates, nas políticas de exportação desses países, tem sido limitado até agora”, afirmou Mark Bromley, outro especialista do SIPRI.

O continente americano experimentou um aumento de 61% em suas importações de armas, entre 2007 e 2011, sendo os Estados Unidos o principal importador e oitavo do mundo.

Na América do Sul, Chile e Venezuela abarcaram 61% das importações na região, e no caso venezuelano, aumentaram 55% no último quinquênio, passando do número 46 ao de 15, na lista de importadores mundiais.
O relatório destaca que o Brasil assinou vários acordos de compra de armas com a França e a Itália, “que resultarão num aumento enorme no volume de suas importações nos próximos anos”.

No continente africano, as importações subiram 110% no último quinquênio, especialmente na área norte, cujos países agora abarcam 59% das importações, dos 33%  anterior. A Argélia, com 43%, África do Sul (17%) e Marrocos (16%) encabeçam a lista, com aumentos importantes, sobretudo no caso deste último ano, cujas compras de armas subiram 443%.